Título: Negócios crescem 12% em Salvador
Autor: Janaina Vilella
Fonte: Valor Econômico, 03/02/2005, Especial, p. A14

Os negócios gerados pelo carnaval em Salvador deverão crescer quase 12% em relação ao ano passado, segundo estimativa da Empresa de Turismo de Salvador (Emtursa). Pela projeção, a festa vai movimentar cerca de US$ 180 milhões na cidade - no ano passado, o número foi de US$ 161 milhões. São esperados 1,1 milhão de visitantes, 600 mil do interior do Estado e 500 mil de fora da Bahia. A previsão é de que os hotéis da cidade tenham lotação máxima a partir do fim de semana. No final de janeiro, a lotação já estava em 90%. A prefeitura vende cotas de patrocínio a empresas interessadas em expor com exclusividade sua marca no circuito do carnaval de Salvador, que neste ano será exibido pela TV Bandeirantes. Bradesco, Credicard, Schincariol e TIM venceram as concorrências em suas categorias, com cotas entre R$ 400 mil e R$ 750 mil. Outros R$ 600 mil virão em patrocínios oficiais, como governo e estatais. A Credicard vai investir R$ 6 milhões na campanha de verão e pretende ter um retorno dez vezes maior apenas com mídia espontânea. O investimento da empresa no ano passado foi de R$ 1,5 milhão, e a exposição espontânea na mídia representou em cerca de R$ 15 milhões, segundo o superintendente de assuntos corporativos, Marcelo Alonso. A filial brasileira da Reckitt Benckiser, do setor de higiene e limpeza, estréia neste ano no carnaval baiano com um investimento de R$ 2,5 milhões no camarote Expresso 2222, do ministro da Cultura, Gilberto Gil. Com a ação, a companhia pretende reforçar as marcas Veja e Vanish. A Reckitt estará apenas no carnaval de Salvador, onde vai "sentir o impacto" de divulgar seus produtos na festa. Não há metas de aumento de vendas, diz a diretora de comunicação da empresa, Dirce Amaral. A intenção principal é a aproximação do consumidor final. A AmBev concentra na temporada de verão, que tem o carnaval como ápice, grande parte dos investimentos de sua verba total para mídia de eventos, de R$ 370 milhões para 2005. A marca Brahma, que patrocina o carnaval baiano desde 1990, investiu este ano em 21 trios, 64 festas pré-carnavalescas e três camarotes. Além da cota oficial da prefeitura, a Schincariol estampa sua marca em mais de 22 blocos, trios, ensaios e patrocina camarotes como o Menendez Amerino, voltado ao mundo empresarial. A cervejaria vai aproveitar o carnaval baiano para divulgar a marca Primus, além do carro-chefe Nova Schin. No carnaval de Salvador, a guerra das cervejas este ano foi ofuscada pela disputa entre as empresas de telefonia. Nenhuma das quatro que operam na cidade (TIM, Vivo, Oi e Claro) revela investimentos, mas usam a festa não apenas para estampar a marca como também para impulsionar vendas. O diretor regional da Claro para Bahia e Sergipe, Antônio Celso Pereira, acredita que o aumento da disputa por espaço no Carnaval baiano entre as operadoras de telefonia celular está ligado à chegada da empresa ao Estado. A Claro ampliou de três para cinco o número de camarotes que patrocina e de nove para 29 o de blocos. "Nós vamos usar o carnaval como alavanca de vendas. O resultado é imediato", diz. Evaristo de Paula, da TIM, diz que pesquisas internas apontam a festa como responsável pela redução dos índices de rejeição e aumento da aceitação da marca.