Título: Sócios do Submarino preparam saída
Autor: Vanessa Adachi, Altamiro Silva Júnior e Taís Fuoco
Fonte: Valor Econômico, 03/02/2005, Empresas &, p. B3

Está aberto um processo que poderá resultar na venda do controle da loja virtual Submarino. Tornou-se público ontem que a empresa pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorização para fazer uma oferta inicial de ações ordinárias. A operação será coordenada pelo Credit Suisse First Boston. Mas o mandato dado pelo portal ao banco suíço-americano vai muito além disso, segundo fontes qualificadas. O CSFB estaria também pautado para vender o Submarino. Os fundos que controlam a empresa teriam decidido sair do negócio. Na verdade, as duas coisas deverão ser tocadas em paralelo. "Se conseguirem vender o controle antes, a oferta de ações não sai", disse uma fonte próxima à empresa. A oferta de ações está prevista para acontecer nos próximos meses. A venda será apenas de ações que dão direito a voto e a companhia será listada no Novo Mercado, o segmento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para empresas com práticas elevadas de governança corporativa. O Submarino estaria avaliado entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões. E a venda de ações deverá corresponder a 20% disso, em torno de US$ 50 milhões.

O pedido registrado na CVM prevê uma operação mista, com a emissão de novas ações e a venda de papéis já existentes, que pertencem aos atuais acionistas da empresa, entre eles GP Investimentos, T.H. Lee Putnam, Warburg Pincus e Goldman Sachs. Para Daniel Domeneghetti, diretor de estratégia da consultoria E-Consulting, a abertura de capital é a melhor opção para a Submarino captar dinheiro e recuperar o investimento feito na operação. O outro caminho possível seria uma aquisição estratégica. Mas, na visão do consultor, o cenário atual não parece favorável para isso. Há alguns anos, houve uma tentativa de fusão das atividades do Submarino com a Americanas.com. Os dois sites têm alguns acionistas em comum, mas os dois lados não chegaram a um consenso sobre o valor de seus negócios. Desde os primeiros dias de janeiro, o mercado aguardava que o GP Investimentos estivesse preparando uma operação para a empresa. No dia 29 de dezembro, a Caicos Participações comunicou sua venda para a Submarino.com Limited, uma sociedade com sede nas Ilhas Cayman. Segundo uma fonte do mercado, esta operação foi uma estratégia da Submarino para agilizar o lançamento das ações, pois a Caicos já tinha capital aberto. O negócio custou R$ 124 mil. Procurados, o Submarino e a GP não quiseram comentar o assunto. A companhia nasceu da compra da livraria virtual Booknet, criada pelo empresário Jack London, pelo GP. A companhia estima um faturamento de R$ 300 milhões em 2004, números ainda não confirmados, mas que equivalem a um incremento de quase 50% em relação aos R$ 211,6 milhões faturados em 2003. A única empresa pontocom com ações na Bovespa é a Ideiasnet, uma holding de participação em diversas companhias de tecnologia da informação. (Colaborou João Luiz Rosa)