Título: Fibra amplia crédito mas lucro diminui
Autor: Maria Christina Carvalho
Fonte: Valor Econômico, 03/02/2005, Finanças8, p. C8

O Banco Fibra está divulgando, hoje, o balanço de 2004 com um lucro líquido de R$ 36,045 milhões. O resultado é 60,1% inferior ao de R$ 90,354 milhões de 2003. O superintendente do Fibra, João Ayres Rabêllo, atribuiu a redução do lucro ao resultado fraco da tesouraria no primeiro semestre e salientou o crescimento das operações de crédito com clientes. "O banco teve dois momentos. No primeiro semestre, a tesouraria não teve o desempenho esperado. No segundo, a carteira de crédito cresceu e os resultados melhoraram. O banco passou novembro e dezembro pouco influenciado pelas dificuldades de liquidez que atingiram outros bancos", disse Rabêllo. No primeiro semestre, o Fibra teve um resultado operacional de R$ 18 milhões, 67% menor do que em igual período de 2003. A reversão de créditos tributários engordou o resultado final e levou o lucro líquido do primeiro semestre para R$ 32,343 milhões. Já no segundo semestre o resultado operacional se recuperou, acumulando R$ 61,195 milhões no ano, 55,9% a menos do que os R$ 138,664 milhões de 2003, mas o suficiente para o Fibra não recorrer mais ao crédito tributário. A tesouraria, informou Rabêllo, que havia representado 70% do resultado de 2003 teve uma participação de 20%, quando deveria ter sido de 40%. Já as operações de crédito garantiram 80% do lucro. Como resultado do aumento de 39 para 52 dos gerentes de contas, o Banco Fibra ampliou de 400 para 600 o número de clientes. As operações de crédito cresceram 36,7%, de R$ 933,6 milhões em dezembro de 2003 para R$ 1,317 bilhão em dezembro passado - uma expansão superior à de 12,7% dos ativos totais, de R$ 5,728 bilhões para R$ 6,514 bilhões. A participação das operações de crédito nos ativos totais cresceu de 16,8% para 20%. Praticamente metade das operações de crédito (57%) refere-se a repasses ou empréstimo; 17,7% são financiamento ao comércio exterior; e 24,7%, operações de fiança. "Ganhamos fatia de mercado", disse Rabêllo, revelando que a meta é chegar a 900 clientes neste ano e levar a carteira de crédito a R$ 2 bilhões, com crescimento ao redor de 50%. O Fibra tem capital para isso. Controlado pelo grupo Vicunha, seu índice de Basiléia (relação entre os ativos e o capital) supera ligeiramente os 20%, acima dos 11% exigidos pelo Banco Central. "Terminamos o ano com R$ 500 milhões em caixa", disse Rabêllo para ressaltar que o banco não foi afetado pela onda de desconfiança com os bancos médios, desencadeada pela intervenção no Banco Santos. Em setembro, a carteira de crédito do banco montava a R$ 777,9 milhões e os depósitos totais, a R$ 1,05 bilhão. Enquanto a carteira de crédito praticamente dobrou para R$ 1,317 bilhão até dezembro; os depósitos ficaram estáveis. Outro negócio que o banco desenvolverá neste ano é o de estruturação de fundos de direito creditório (FDICs), de projetos imobiliários: "O Fibra já montou uma emissão de R$ 8 milhões de certificados de recebíveis imobiliários e tem mais cinco operações no pipeline"