Título: CNI prevê expansão de 6% na produção em 2007
Autor: Grabois, Ana Paula ; Rosas, Rafael
Fonte: Valor Econômico, 06/12/2007, Brasil, p. A5

A produção da indústria de transformação deve ter expansão entre 5,5% e 6% neste ano. A previsão foi feita pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE), ao comentar o forte desempenho do setor em outubro, apurado pelo IBGE. Na terça-feira, a CNI divulgou que o uso da capacidade instalada, em outubro, bateu recorde histórico, chegando a 82,8%. Além disso, as vendas do setor cresceram 8,2% sobre outubro de 2006. Mas o resultado do setor secundário depende ainda do desempenho da construção civil e da indústria extrativa mineral. Nas previsões da CNI, as vendas da indústria devem ter crescimento entre 5% e 5,5% em 2007 e o PIB industrial deve elevar-se 5% sobre o de 2006.

O forte início do quarto trimestre, na atividade industrial deve transferir seu impulso para o período seguinte, na avaliação de Monteiro Neto. O PIB deverá crescer, segundo essa análise, 5% em 2007. Mas ponderou que é prudente não arriscar projeções num momento em que o cenário externo começa a dar sinais de mudança. Para o presidente da CNI, os efeitos da crise do mercado imobiliário americano ainda vão ser sentidos. Jorge Gerdau Johannpeter, do grupo Gerdau, também prevê um quarto trimestre com boa atividade, diferentemente dos anos anteriores. Ele citou o dólar barato como fator inibidor da inflação. "Vamos começar 2008 muito bem", afirmou.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) considerou os resultados de outubro como excepcionalmente bons e muito próximos ao padrão de crescimento que a indústria brasileira apresentou no quarto trimestre de 2004, ano em que a variação chegou a 8,3%. O instituto concorda com a estimativa da CNI de crescimento industrial no ano de 6%, ante projeção anterior de 5,5%, dada a aceleração da atividade em outubro. A expansão de 22,7% no setor de bens de capital no trimestre encerrado em outubro, ante 8,7% do setor de bens duráveis, indica que haverá aumento da capacidade instalada, o que resolve o problema da redução da capacidade ociosa, evitando pressão inflacionária no médio prazo.

A consultoria Rosenberg e Associados também revisou sua estimativa de expansão da produção industrial. Conforme a consultoria, caso a atividade se mantenha no mesmo patamar dessazonalizado de outubro, o crescimento no ano pode chegar a 6,3%.