Título: Estados não podem ser prejudicados, diz Alckmin
Autor: Agostine, Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 14/12/2007, Politica, p. A13

Os investimentos do governo federal nos Estados não devem diminuir com o fim da CPMF, defendeu ontem o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Candidato derrotado à Presidência pelo PSDB, o tucano retomou as críticas à carga tributária, sua bandeira de campanha e comemorou o resultado da votação que pôs fim à contribuição.

Segundo Alckmin, a CPMF é uma tributação federal e não tem partilha direta com os Estados. Por isso, disse o tucano, não há justificativa do governo para enviar menos recursos aos Estados. "O Orçamento federal é enorme e o governo terá de readequar os recursos", disse. "Esse é um momento importante para reverter a alta carga tributária, que é um entrave para o crescimento", disse Alckmin, demonstrando que seu discurso está mais afinado com a bancada tucana no Senado do que com o dos governadores do PSDB. José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, eram favoráveis que o partido negociasse com o governo federal, temendo corte de recursos para seus governos.

Na avaliação do ex-governador paulista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu mal as negociações para tentar manter a contribuição provisória. "O governo conduziu de uma forma autoritária ao ameaçar o corte de investimentos", apontou. O tucano defendeu o "aperto de cinto" do governo federal, com maior rigor nos gastos públicos. Alckmin acompanhou ontem o enterro do governador de Roraima, Ottomar Pinto (PSDB) e não deixou de citar que teve boa votação no Estado.