Título: Alimentos puxam inflação no atacado e no varejo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 06/12/2007, Brasil, p. A5

Os alimentos voltaram a pressionar a inflação, tanto no atacado como no varejo em novembro. O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas registrou alta de 1,05% em novembro, contra 0,75% um mês antes. Dentro do IGP-DI, os preços agrícolas no atacado subiram 4,32% no mês passado e os preços industriais aumentaram 0,41%. Na média o Índice de Preços por Atacado (IPA) subiu 1,45%, contra 1,02% um mês antes.

As maiores altas de produtos agrícolas no atacado foram em milho (14,85%), bovinos (10,45%) e laranja (26,05%). Em baixa ficaram os preços de leite in natura (menos 9,66%), tomate (recuo de 33,80%) e aves (queda de 2,74%).

O índice de matérias-primas brutas passou de 1,94% em outubro, para 3,53% em novembro. O índice relativo a Bens Finais subiu 1,56%, contra 0,86% em outubro, com destaque para o subgrupo combustíveis -que passou de deflação de 0,10% em outubro para 2,82% em novembro. Excluídos alimentos in natura e combustíveis, a alta foi de 0,77%, contra 0,24% um mês antes.

Dentro do IGP-DI, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC ) subiu 0,27%, contra 0,13% em outubro, com destaque para o grupo alimentação (0,25% para 0,60%). As maiores altas nesse grupo foram as de carnes bovinas (1,72% para 5,81%), laticínios (-6,03% para -3,59%) e arroz e feijão (4,51% para 6,55%).

Também subiram transportes (-0,19% para 0,29%), habitação (-0,05% para 0,00%) e despesas diversas (0,04% para 0,08%), com destaque para álcool combustível (alta de 4,51%). Ainda dentro do IGP, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,36% no mês passado, abaixo 0,51% em outubro.

A inflação no município de São Paulo teve alta de 0,47% em novembro, maior resultado mensal do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe-USP) desde o registrado em julho deste ano, quando a alta foi de 0,55%, e alta expressiva em relação a outubro passado, quando houve ligeira variação positiva de 0,08% no índice.

A alta nos preços dos alimentos foi o fator que mais pesou no resultado de novembro na pesquisa da Fipe. O índice da categoria alimentação teve alta de 1,75%, maior desde o índice final de junho, quando houve elevação de 1,90%. No fim de outubro, o índice havia registrado alta de 0,24%.

O índice da categoria habitação manteve-se negativo, em deflação de 0,15%, contra deflação de 0,03% no fim de outubro. O indicador final, no entanto, ficou acima do registrado na terceira quadrissemana de novembro, quando a deflação foi de 0,32%.

A categoria vestuário passou de deflação de 0,35% para uma alta de 0,55% (maior desde a segunda quadrissemana de maio, quando houve alta de 0,58%). A categoria transportes também teve avanço expressivo, indo da ligeira variação positiva de 0,05% com que encerrou o mês de outubro para 0,50% no fim de novembro (maior desde a terceira quadrissemana de maio, quando houve a mesma taxa de variação).

O indicador de despesas pessoais teve alta, mas se manteve negativo, passando de deflação de 0,42% para deflação de 0,25%. Os preços no grupo educação subiram 0,03% e os de saúde, 0,63%.