Título: Jaraguá associa-se à indiana Praj
Autor: Scaramuzzo , Mônica
Fonte: Valor Econômico, 13/12/2007, Agronegócios, p. B15

Segundo Álvaro Garcia, presidente da Jaraguá, a empresa começou a profissionalizar a gestão e deverá abrir o capital A indústria de bens de capital Jaraguá Equipamentos, de Sorocaba (SP), formalizou ontem uma joint venture com a companhia indiana Praj, especializada em tecnologia para a construção de destilarias. A companhia que será constituída a partir da união de ambas será especializada na construção de usinas no modelo "chave na mão" (entregue ao cliente pronta para operar), e concorrerá com empresas como a Dedini, de Piracicaba (SP), líder no segmento no país.

A Jaraguá também informou que planeja construir uma nova fábrica, com um investimento estimado em cerca de R$ 50 milhões, de olho na demanda internacional por equipamentos sucroalcooleiros. A unidade foi planejada antes da associação com a Praj e não prevê a participação da parceira.

Na joint venture, a participação da Praj será de 54%, cabendo à Jaraguá os 46% restantes. Segundo Pramod Chaudhari, chairman da companhia indiana, foi a demanda internacional por etanol que motivou essa aposta no Brasil. O grupo já conta com uma subsidiária nos EUA, já os maiores produtores globais de etanol, produzido no país com o milho como matéria-prima.

"Temos tecnologia para a produção de destilarias e enxergamos boas oportunidades para este mercado", disse o empresário indiano ao Valor. A queda dos preços do açúcar e álcool no exterior não assusta o empresário. "As commodities agrícolas passam por ciclos de baixa".

Nesta primeira fase, os grupos farão um aporte de R$ 10 milhões (50% cada) para a constituição da empresa, afirmou Cristian Silva, vice-presidente comercial da Jaraguá. Os projetos para a construção de usinas serão tocados inicialmente nas três fábricas da Jaraguá instaladas em Itapevi e Osasco, na Grande São Paulo, e Sorocaba (SP).

Uma nova unidade deverá ser construída em Maceió (AL). Segundo Silva, a decisão de investir em Alagoas reflete os baixos custos com mão-de-obra e também as facilidades logísticas, uma vez que a planta deverá ser erguida a 15 quilômetros do porto de Maceió, o que facilitará as exportações. Os investimentos na nova unidade deverão ser feitos somente pela Jaraguá, que deverá buscar financiamento junto ao BNDES e Banco do Nordeste (BNB).

De administração familiar, a Jaraguá completou 50 anos em 2007. Controlada por empresários alemães desde a fundação, a empresa foi adquirida em 2000 pelo Grupo Garcia, de capital nacional. Desde 2005, Álvaro Garcia, presidente da empresa, está tocando uma reestruturação que inclui a profissionalização da gestão. "Também estamos trabalhando para a abertura de capital nos próximos dois anos", disse.

A expectativa da empresa é faturar R$ 290 milhões este ano, 52% mais que em 2006. A meta é iniciar pelo menos três projetos de usinas em 2008, compondo uma carteira de até R$ 750 milhões. Segundo Silva, já há negociações neste sentido.

Com atuação em petroquímica, óleo e gás, o grupo decidiu investir no etanol por conta dos novos projetos no segmento. Neste sentido, também fechou parceria com a alemã DMA para trazer tecnologia para a difusores, que substituem as tradicionais moendas de cana no processo de extração do caldo. Também está fechando parceria com a Sucrana, empresa de engenharia sucroalcooleira, para diversificar o fornecimento de produtos para este segmento.