Título: Vale monta escritório em Omã para atender o Oriente Médio
Autor: Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 17/12/2007, Empresas, p. B9

Depois de instalar mês passado um escritório comercial em Cingapura, a Companhia Vale do Rio Doce está inaugurando outro em Omã, no Oriente Médio. A região a ser atendida pelo novo escritório abrange Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito, Irá e Índia Ocidental. "Este é o mercado de pelotas de minério do mundo", diz um especialista do setor de mineração. Nos planos da Vale está a construção de uma pelotizadora de 7 milhões de toneladas na região, um investimento de quase US$ 1 bilhão.

Até o momento, não há sócio no negócio, que ainda está para ser aprovado pelo conselho de administração da mineradora. Mas, os planos são para iniciar a construção da pelotizadora já no ano que vem. Por conta da grande oferta de gás natural, o Oriente Médio é o mercado de redução direta com maior potencial de crescimento. A redução direta é uma rota tecnológica para fabricação do aço em forno elétrico alimentado por pelotas de minério.

Até o ano passado, a Vale tinha um pé no Oriente Médio, na GGCI, uma empresa de pelotas na Arábia Saudita onde tinha sociedade com uma empresa local. Mas, acabou vendendo sua participação. A mineradora, porém, não quer sair da região, por isso pretende instalar lá uma nova unidade, com capacidade de 9 milhões de toneladas.

Este ano, a Vale vai produzir 41 milhões de toneladas de pelotas de minério. Mas, as encomendas, devido o aquecimento do mercado, estão superando este volume. "A Vale está operando neste mercado em overbook", diz um interlocutor próximo da companhia. Até 2011 pretende estar produzindo 56 milhões de toneladas de pelotas.

No ano que vem, a companhia contará com a entrada em operação no segundo semestre de mais uma unidade de pelotização, da MBR, a de Itabiritos, no estado de Minas Gerais, com capacidade nominal de produção de 7 milhões de toneladas/ ano de pelotas, incluindo ainda uma usina de concentração de minério de ferro e um mineroduto de cinco quilômetros de extensão.

Também em 2008 começa a ser edificada a usina de pelotas número VIII, a ser construída no porto de Tubarão, no Espírito Santo, com produção estimada de 7 milhões de toneladas/ano de pelotas. Ela vai se somar ao complexo de sete unidades já existentes no local. A nova pelotizadora deverá ser concluída no segundo semestre de 2010, devendo custar US$ 636 milhões.