Título: Embraer prevê crescimento da receita em 25% no próximo ano
Autor: Nakamura , Patrícia
Fonte: Valor Econômico, 17/12/2007, Empresas, p. B9

As vendas dos segmentos comercial e de jatos executivos deverão aumentar em 25% a receita da Embraer no ano que vem em comparação a 2007. A empresa - terceira maior fabricante de jatos do mundo - vai fechar o ano com vendas de US$ 5 bilhões, um dos melhores resultados da companhia em moeda americana, de acordo com o presidente da companhia, Frederico Curado. Em 2006, a companhia registrou receitas de US$ 3,8 bilhões.

O executivo não quis comentar as receitas em moeda local. Segundo Curado, 30% dos custos são em reais. Ao longo de 2007, a Embraer registrou pedidos da ordem de US$ 7 bilhões, boa parte deles vindos de fora dos Estados Unidos, maior mercado da companhia. Ainda assim, até o terceiro trimestre, o mercado americano representava cerca de 60% da carteira de pedidos da companhia. Curado disse que a crise no setor imobiliário nos Estados Unidos - que abalou os mercados financeiros - não deverá afetar os negócios naquele país. "Acreditamos que não haverá uma queda abrupta, mas sim um pouso suave", disse. A China, que já é responsável por cerca de 15% das receitas da empresa, e outros países emergentes devem aumentar gradativamente seu peso dentro da carteira de pedidos da companhia.

Nos próximos dois anos, a Embraer fará investimentos de US$ 1 bilhão. A metade desse valor será utilizada na redução de custos operacionais e melhorias na produção. O restante será empregado para aprimorar os jatos já produzidos pela companhia. Segundo Curado, não haverá investimentos para ampliar a capacidade de produção. Capaz de produzir 14 jatos comerciais por mês (além de se preparar para produzir 20 unidades mensais da família de jatos executivos Phenom), a linha de produção da companhia já está adequada para atender aos pedidos em carteira.

Até 2010, a área de aviação executiva deve representar 25% da receita, graças ao crescimento das vendas da família Phenom em países emergentes e nos Estados Unidos. As projeções anteriores indicavam que o segmento representaria 20% das vendas. A empresa já acumulou 700 pedidos dos jatos Phenom 100 e Phenom 300, desde que o projeto foi lançado, há dois anos. A próxima posição de entrega, de acordo com vice-presidente da área, Luís Carlos Affonso, é em 2013.