Título: Porto de Itaqui terá novo terminal de grãos
Autor: Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 24/01/2005, Empresas &, p. B5

Mais de 20 empresas, das áreas de mineração, agronegócios, engenharia e operação portuária estão disputando concorrência aberta pelo Estado do Maranhão para construir e operar um terminal de grãos, com capacidade de movimentar 12 milhões de toneladas/ano, no porto de Itaqui. O projeto, que prevê investimentos de R$ 137 milhões, permitirá escoar a produção de soja do Centro-Oeste e da região Sul maranhense. Fonte da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), responsável pela licitação, disse que entre os grupos que compraram o edital para a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) estão a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Camargo Corrêa, Bunge, Cargill, Noble Grain, Odebrecht, OAS e Wilson Sons, entre outras. "Ainda estamos analisando os detalhes do edital", confirmou Antonio Paiva, gerente de projetos do grupo Wilson Sons. Paiva avaliou que o crescimento da exportação de soja pela região Norte faz do Tegram um projeto interessante. A Wilson Sons possui terminais de contêineres em Salvador (BA) e Rio Grande (RS) e faz operações portuárias em outros portos. A fonte da Emap salientou que as empresas poderão participar da licitação sozinhas ou em consórcio, mas um pré-requisito é de que o ganhador tenha experiência em operação portuária. O projeto prevê a construção de sete silos na retroárea do porto e de uma correia transportadora para levar os grãos até o cais, onde será feito o embarque nos navios. Será instalado um guindaste no pier com capacidade de movimentar 2 mil toneladas de grãos por hora. O prazo final para a entrega das propostas, previsto para 20 de janeiro, foi adiado para 30 de março. O objetivo da Emap, que administra o porto, é assinar os contratos com a vencedora em abril. O início das operações ocorreria em meados de 2006, quando o terminal começará operando com capacidade de 2 milhões de toneladas por ano. Em uma segunda fase, até 2009, a movimentação seria ampliada para 5 milhões de toneladas anuais e, em 2015, o volume atingiria a capacidade máxima. Uma das exigências do edital é que o ganhador constitua uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) que será a arrendatária do terminal. O Tegram será construído em terreno de 128 mil m², na retroárea do porto, que no ano passado movimentou 14 milhões de toneladas, incluindo carga geral, derivados de petróleo e soja movimentada pela CVRD. Isso significa que o Tegram, quando em plena operação, movimentará quase o dobro do volume atual. Em São Luís existem outros dois terminais privados: um da Alumar e o Terminal de Ponta da Madeira da CVRD. Antes de lançar o edital, a Emap contratou uma consultoria para fazer os estudos de viabilidade. O Banco Máxima foi chamado para coordenar o desenvolvimento dos projetos de engenharia, da modelagem de concessão do serviço e da estruturação financeira para construção do novo terminal. A construção do Tegram vai implicar na transferência de algumas operações para outras áreas do porto, já que o terminal deverá ocupar dois dos seis berços de Itaqui. A mudança exigiu que a Emap abrisse outra licitação, que terminou suspensa por força de esclarecimentos solicitados no edital, para construir outros dois berços de atracação de navios no porto. A obra custará R$ 147 milhões e será feita com recursos da União. Cerca de 60 empresas compraram o edital para fazer a expansão do cais.