Título: Funcef reforma o Renaissance em busca de ganho na rentabilidade
Autor: Carolina Mandl e Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 07/01/2005, Empresas &, p. B2

A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, está investindo R$ 9 milhões para reformar o hotel Renaissance, da rede americana Marriott, em São Paulo. O empreendimento faz parte da carteira imobiliária do fundo. Os recursos serão usados para renovar a mobília e equipamentos dos 452 quartos, modernizar o acesso à internet e reformar o restaurante. Só para a revitalização da suíte presidencial vão R$ 500 mil, o preço de um apartamento de alto-padrão em São Paulo. Segundo Jorge Arraes, diretor imobiliário da Funcef, o objetivo do investimento é manter o empreendimento e tentar gerar mais rentabilidade. Em 2004, até o mês de outubro, o resultado líquido do Renaissance foi de R$ 4,8 milhões ou uma rentabilidade de 3,6% para o fundo, considerada baixa por Arraes. O hotel mais rentável da Funcef é o Blue Tree de Cabo de Santo Agostinho (PE). Com as mudanças, a expectativa do gerente-geral do hotel, Raul Vir, é de que a ocupação do empreendimento aumente. Até o fim do ano, quando as obras estarão prontas, Vir espera que 65% dos quartos fiquem ocupados. Em 2003, essa taxa foi de 60%. "Sete anos atrás, quando o hotel foi aberto, os hóspedes não passavam tanto tempo trabalhando no quarto. Então precisamos melhorar algumas instalações", diz Vir. A aquisição do Renaissance pela Funcef já foi alvo de investigação da Secretaria de Previdência Privada. O fundo teria comprado o hotel por um valor superior às avaliações feitas naquela época. O hotel é registrado pela Funcef pelo valor contábil de R$ 143,8 milhões. "Esse é o valor contábil, não necessariamente de venda", afirma Arraes. Depois que o Renaissance foi inaugurado, a cidade de São Paulo passou por uma avalanche de lançamentos hoteleiros. De 1998 a 2004, a oferta de quartos de luxo cresceu 47%, segundo dados da consultoria BSH International. São hotéis de luxo, como Hilton, Hyatt e Caesar Park. Nesse mesmo intervalo de tempo, a ocupação média dos hotéis cinco estrelas em São Paulo despencou de 60% para 45%. "A inauguração dos empreendimento coincidiu com a estagnação da economia", explica Sérgio Bueno, diretor da BSH.