Título: AG Angra investe na produção de álcool no Maranhão
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 28/12/2007, Agronegócios, p. B12

O fundo de participações ("private equity", em inglês) AG Angra Infra-estrutura, joint venture da Andrade Gutierrez com a gestora Angra Partners, fez seu primeiro investimento em projetos e estreou no segmento de etanol por meio de uma planta já existente, localizada no Maranhão. O fundo comprou o controle da TG Agroindustrial de um fundo estrangeiro, que continua no negócio com um percentual bem menor. Embora não revele o valor da transação, a AG Angra reporta que os investimentos no projeto podem chegar a R$ 140 milhões. O capital total do fundo disponível para investimentos é de R$ 700 milhões, mas há limitações de aportes por projeto.

Segundo o gestor responsável pelo AG Angra, Eduardo Farhat, a previsão é a que a usina maranhense alcance uma capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas de cana quando estiver a pleno vapor, o que deverá acontecer entre 2009 e 2010. Hoje a capacidade de moagem da TG Agroindustrial está em cerca de 1 milhão de toneladas. "É um projeto que consideramos bastante interessante, inclusive do ponto de vista logístico, por estar a cerca de 300 quilômetros do porto de Itaqui, ao qual está ligado via ferrovia. Além disso, tem 100% de cana própria, em áreas arrendadas e totalmente irrigadas", diz Farhat.

O novo presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, confirmou que esta é também a estréia do grupo no segmento de etanol, onde não estão descartadas outras investidas. "É um setor muito interessante".

Alberto Guth, sócio da Angra Partners, diz que este primeiro investimento no segmento de biocombustíveis animou os cotistas do fundo. "As características são muito interessantes e não é uma usina que iniciamos do zero, mas vamos investir. Fizemos também a primeira exportação de etanol do Porto de Itaqui", conta Guth. A Angra Partners começou suas atividades no Brasil há pouco menos de cinco anos, associada ao Monitor Merchant Group, e atua na gestão de fundos de participações e em serviços financeiros e reestruturações corporativas.

O AG Angra é um fundo que foi constituído em 2006 e levantou patrimônio - capital comprometido pelos cotistas - de cerca de R$ 700 milhões para investir em projetos de infra-estrutura, priorizando posições de controle nos projetos investidos. A usina TG Agroindustrial é o primeiro aporte efetivado pelo fundo, cujos investimentos por projeto, de acordo com as regras previstas, se enquadram numa faixa de mínimo de R$ 20 milhões e máximo de 20% do capital comprometido do fundo. Com prazo de investimento previsto até 2012, o AG Angra continua estudando outros projetos e não descarta fechar novos aportes em breve. De acordo com Farhat, entre as áreas prioritárias estão as de logística, portuária, geração e co-geração, além do próprio segmento de biocombustíveis. "O setor de infra-estrutura é de investimentos de longa maturação e de uma complexidade grande, o que exige mais tempo para analisar cuidadosamente os projetos", conclui o executivo.