Título: Nos países que compõem o Bric, empresas estão otimistas para 2008
Autor: Lamucci, Sergio
Fonte: Valor Econômico, 13/02/2008, Brasil, p. A4

As empresas manufatureiras do grupo conhecido como Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) esbanjam otimismo em relação às perspectivas de seus negócios nos próximos 12 meses, mesmo num momento de forte crise na economia dos EUA. Segundo pesquisa da consultoria KPMG International, as companhias brasileiras são as mais confiantes quanto ao nível de atividade empresarial neste ano - 77,5% acreditam que ele irá aumentar e 1,2% que irá diminuir. Na média do Bric, 70% prevêem elevação do nível de atividade, enquanto 5,9% apostam em queda. A KPMG ouviu 1,8 mil empresas nos quatro países.

"As empresas do setor de manufatura do Bric irão desempenhar um importante papel para impulsionar o crescimento econômico global, com condições que devem se igualar, ou mesmo superar, a maioria das principais economias desenvolvidas", avalia Charles Krieck, sócio-líder de Industrial Markets da KPMG no Brasil.

As empresas brasileiras também são as que mostram mais otimismo quanto ao nível de encomendas e de emprego em 2008. Segundo a pesquisa, 76,3% esperam aumento dos pedidos neste ano, enquanto 0,9% acreditam que haverá queda. Das companhias brasileiras consultadas, 54,2% planejam contratar mais empregados, percentual bem superior ao da China, onde 31% das empresas pretendem aumentar o número de funcionários neste ano.

O setor manufatureiro dos quatro países também está otimista quanto às perspectivas para as receitas nos próximos 12 meses: 71,1% das empresas esperam crescimento. A crença na conquista de novos clientes e novas encomendas é o principal fator que leva as companhias dos quatro países a apostar em expansão das receitas, seguida pela perspectiva de lançamento de novos produtos e de inovação e pela aposta no aumento de eficiência e gerenciamento de custos. As empresas russas (81%) se mostram as mais otimistas, seguidas pelas brasileiras, com 74,9%.

A notícia menos favorável da pesquisa é que a maior parte das empresas espera aumentos de custos: 62,5% acreditam que haverá inflação de insumos - no Brasil, o percentual é de 61,1%. Ao mesmo tempo, pouco mais da metade (51,8%) avalia que conseguirá elevar seus preços. No Brasil, 43,4% esperam elevar as cotações de seus produtos, enquanto 50,6% acreditam que elas ficarão inalteradas.