Título: Para Requião, sistema é mais transparente que diárias
Autor: Ulhôa, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 13/02/2008, Política, p. A6

Depois de ouvir pedidos de transparência de gastos por parte da oposição, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), fez ontem defesa dos cartões corporativos usados no Estado. Disse que o Paraná não tem cartão nos moldes de São Paulo ou Brasília, só cartão de débito usado para pagar viagens. Citou, como exemplo, a diária de R$ 120 para quem vai a Londrina, interior do Estado. Segundo ele, "não há a menor possibilidade" de ultrapassar esse valor.

Requião defendeu o uso do cartão para débito de valores pré-fixados. De acordo com ele, antes dos cartões havia falsificação de notas fiscais. "O funcionário gastava R$ 5 e pedia nota de R$ 15". Da forma atual, o creditado não precisa prestar contas dos gastos e, conforme foi explicado por Requião, pode "dormir na casa da mãe, avó, namorada, ou passar a noite em um banco de praça" e, mesmo assim, terá direito à diária de viagem. De acordo com o pemedebista, o funcionário pode optar também por almoçar ou não.

Requião afirmou, no entanto, que pediu para secretários e diretores ficarem atentos a um "desvio possível", que é a realização de viagens desnecessárias. Segundo ele, foram registrados casos de viagens a municípios da Região Metropolitana de Curitiba que resultaram no pagamento de diárias, embora não houvesse a necessidade de pagar hotéis ou restaurantes. "Em uma estrutura com mais de 160 mil funcionários, isso é possível, mas essa questão tem sido fiscalizada". O Paraná tem 11,8 mil cartões corporativos, do Banco do Brasil. Quando eles começaram a ser usados, em 2001, eram 3 mil.