Título: PT elege Rands para liderança e PSDB tem disputa acirrada
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Fonte: Valor Econômico, 13/02/2008, Política, p. A8

A bancada do PT na Câmara elegeu ontem o novo líder do partido na Casa: o deputado Maurício Rands (PE). Segundo o líder do governo na Casa, Henrique Fontana (RS), a escolha foi feita por unanimidade. Ele disse que não houve disputa interna e que o nome de Rands foi indicado por consenso - a bancada reúne 80 deputados, no total.

Rands, 47, substituirá Luiz Sérgio (RJ) no posto. O novo líder do PT na Câmara é advogado e está em seu segundo mandato como deputado federal.

Em sua gestão na Câmara, foi vice-líder da legenda e um dos defensores mais ferrenhos do governo federal em momentos de tensão, como as investigações em torno do mensalão.

Hoje, será a vez de os deputados do PSDB elegerem o novo líder da bancada na Câmara, colocando em disputa indireta o governador de São Paulo, José Serra, e o ex-governador Geraldo Alckmin. É que no PSDB, a eleição põe em lados opostos: os deputados Arnaldo Madeira (SP), ligado a Serra, e José Aníbal (SP), aliado de Alckmin. O eleito vai substituir o atual líder, Antonio Carlos Pannunzio (SP).

Em busca da maioria dos 59 votos, Serra apelou para dois correligionários, que estão afastados da Câmara para cumprirem funções no Legislativo - os deputados licenciados Custódio de Matos (MG) e Walter Feldman.

No DEM, o clima também não é de paz. Apesar de não haver impasse em torno de nomes pois o deputado Antonio Carlos Magalhães (BA) é o único candidato a liderar a bancada, o atual líder, Onyx Lorenzoni (RS), disse que só entrega a função na próxima semana, no dia 19. De acordo com interlocutores de Lorenzoni, houve um acordo para que ele ficasse na liderança até essa data.

Já em outros dois partidos que integram a base aliada que apóia o governo o ambiente é de tranqüilidade. No PR, o atual líder Luciano Castro (RR) deve ser reconduzido à função por mais um ano, enquanto o PP, deverá fazer o mesmo com o deputado Mário Negromonte (BA).

Os líderes representam os deputados nas reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado e também com autoridades ligadas ao governo federal. São os líderes que negociam ainda as indicações para a composição de comissões permanentes e de CPIs (comissões parlamentares de inquérito), por exemplo.

Todos os partidos políticos têm direito a mais de um vice-líder. O número de vice-lideranças depende do tamanho da bancada --quanto maior a bancada, mais vice-líderes a legenda indica.