Título: Fundos do Golfo preocupam Ocidente
Autor: Thornton, Emily; Reed, Stanley
Fonte: Valor Econômico, 21/01/2008, Finanças, p. C8

Dentro de uma cidadela de ministérios do governo na cidade do Kuwait, Bader M. Al Sa'ad movimenta bilhões de dólares ao redor do mundo como peças de xadrez. Magro e altivo, o presidente da Kuwait Investment Authority (KIA) gerencia US$ 213 bilhões em nome de seu governo. Sua carteira, uma das maiores do mundo entre os chamados fundos de investimentos soberanos, é constantemente reabastecida com dinheiro que vai para o Kuwait em troca de petróleo. Com os preços na casa dos US$ 100 o barril, os cofres do Kuwait estão cheios.

Al Sa'ad, que ocupa o cargo há quatro anos, diz que quer investir mais na China e no Brasil, e outros grandes mercados emergentes - e menos no Reino Unido e na França. Ele também está bastante interessado em aquisições alavancadas e quer aplicar pelo menos US$ 4 bilhões em grandes participações em companhias blue chips, especialmente americanas, além dos cerca de US$ 17 bilhões que ele já administra. Ele está até mesmo interessado nos títulos americanos lastreados em empréstimos imobiliários. Al Sa'ad diz ter cerca de 15% do patrimônio do fundo aplicado nos mercados emergentes, fundos de hedge e private equity, contra quase zero quando começou. "Ficamos quietos por um tempo", diz ele. "Mas agora estamos batendo nas portas."

Golpeando talvez seja a palavra mais adequada. Os fundos de investimentos soberanos do Golfo Pérsico estão mudando a face das finanças globais de uma maneira que está irritando muitos ocidentais. Nos últimos meses, os fundos do Golfo compraram grandes nacos do Citigroup, da gigante do private equity Carlyle Group, da peso-pesado dos semicondutores Advanced Micro Devices (AMD), da fabricante de aviões European Aeronautic Defense & Space (EADS), e muitas outras companhias. Os fundos do Golfo também estão entrando nas aquisições alavancadas, às vezes junto com firmas de private equity e às vezes por conta própria - apesar de terem pouca experiência na operação de empresas. "Os grandes fundos de investimentos soberanos se tornaram grandes jogadores no private equity, não só como investidores, mas também como concorrentes", afirma David Rubenstein, um dos fundadores da Carlyle, que vendeu uma participação de 7,5% para um fundo de Abu Dhabi em setembro. Logo, diz Gregory A. White, diretor-gerente da Thomas H. Lee Partners, "eles serão o setor. Nós estaremos trabalhando para eles".

Recentemente, a "BusinessWeek" visitou quatro dos mais poderosos administradores de fundos da região: Al Sa'ad, do Kuwait, e Sameer Al Ansari, Soud Ba'alawy e David Jackson, de Dubai. Sua ascensão, de uma relativa obscuridade, é de tirar o fôlego; poucas vezes um número tão pequeno de pessoas chegou a controlar tanto dinheiro tão rapidamente. Esses administradores insistem que os empresários e políticos ocidentais não têm o que temer. A Sa'ad desfia uma bem decorada lista de motivos pelos quais os presidentes de empresas deveriam se alegrar com a perspectiva de ter o Kuwait como um grande acionista. Motivo 1: seu fundo vai concordar com ligações de muitos anos, fornecendo capital de longo prazo. Motivo 2: Al Sa'ad deixa claro suas preocupações para os presidentes das empresas a portas fechadas, e não na imprensa. "Se eu fosse um presidente executivo, eu buscaria estabilidade", diz ele.

Mas decisões recentes tomadas por alguns fundos contrariam esses sentimentos tranqüilizadores. A Qatar Investment Authority (QIA), que administra US$ 50 bilhões e é gerenciada pelo primeiro-ministro do Qatar, o xeque Hamad Bin Jassin Bin Jabir Al-Thani, está trabalhando com o ativista dos fundos de hedge Nelson Peltz por mudanças na companhia britânica de bebidas Cadbury Schweppes. A Dubai Holding foi tão agressiva em sua perseguição ao OMX Group da Suécia, no terceiro trimestre de 2007, a ponto de se meter em problemas com as autoridades reguladoras suecas.

Até mesmo companhias que fazem negócios com os fundos do Golfo estão em alerta. A Dubai International Capital, que administra um fundo de US$ 12 bilhões para o governo de Dubai, surpreendeu Wall Street no quarto trimestre de 2007, quando seu presidente, Sameer Al Ansari, enviou cartas para o Morgan Stanley, UBS, Goldman Sachs, Citigroup e outros grandes bancos de investimento, pedindo a eles que separassem US$ 50 milhões, cada um, para a formação de um novo fundo, sob o risco de perderem negócios futuros. Várias dessas instituições, incluindo o Goldman Sachs, obedeceram. "Até agora", diz Roger Altman, presidente do conselho da Evercore Partners e ex-sub-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, "os fundos de investimentos soberanos vêm cumprindo um papel mais estabilizador do que desestabilizador. Mas todos querem ver como isso vai evoluir."

Misture as novas e duras táticas dos fundos do Golfo com sua riqueza espantosa e a relativa inexperiência na administração de empresas, e tem-se a possibilidade de problemas. Seis Estados do Golfo Pérsico - Abu Dhabi, Dubai, Kuwait, Oman, Qatar e Arábia Saudita - respondem por quase metade dos ativos dos fundos de investimentos soberanos existentes no mundo. Eles controlam cerca de US$ 1,7 trilhão, tanto quanto todos os fundos de hedge existentes no mundo e mais que o US$ 1 trilhão da indústria do private equity - e o Morgan Stanley prevê que o total vai crescer em cerca de US$ 400 bilhões anualmente por vários anos. Comenta-se até que a Arábia Saudita poderá em breve anunciar um novo fundo de mais de US$ 500 bilhões. Banqueiros estimam que os fundos do Golfo ganharam cerca de US$ 180 bilhões com seus investimentos em 2007 - mais de metade dos US$ 315 bilhões que eles recolheram em receitas de petróleo e gás.

Veteranos de Wall Street temem em particular que os fundos do Golfo possam estar indo longe demais e rápido demais no private equity. Comprar e administrar empresas é muito diferente de assumir participações passivas nelas. Até mesmo profissionais experientes como Henry Kravis, da Kohlberg Kravis Roberts (KKR), vêm tendo problemas para administrar uma companhia quando seu setor passa por problemas, pagamentos de dívidas se tornam insustentáveis e pessoas importantes "abandonam o barco".

A falta de experiência dos fundos do Golfo aparece em suas práticas de remuneração. Historicamente, eles nunca quiseram pagar nada próximo ao concedido a administradores de private asset por grandes talentos, uma tendência que prejudicou seus esforços de recrutamento e levou a uma rotatividade elevada. Al Ansari admite que a região do Golfo Pérsico "é muito pobre em talentos". Um banqueiro experiente de Dubai diz que "90% das pessoas que trabalham na região são de segunda categoria. Apenas muito recentemente indivíduos experientes começaram a aparecer".

Esses problemas não deveriam ser tão preocupantes, a não ser pelo fato de que esses fundos enormes estão situados em um punhado de pequenos Estados e cidades-Estado ricos em petróleo, que ficam em uma das regiões mais instáveis do mundo. Os pequeninos emirados do Golfo Pérsico dependem dos Estados Unidos para se protegerem militarmente de vizinhos como o Iraque e o Irã - e dependem de trabalhadores estrangeiros para grande parte de sua mão-de-obra. É uma situação precária, para dizer no mínimo.

Enquanto isso, os fundos do Golfo estão se preparando sem descanso para o dia em que o dinheiro do petróleo parar de entrar. Durante décadas eles usaram principalmente as reservas cambiais formadas com as vendas de petróleo para comprar investimentos seguros, como os títulos do Tesouro dos EUA. Agora, os fundos estão tentando criar as fundações das novas economias diversificadas após o petróleo. Para fazer isso, eles precisam assumir mais riscos.

Al Sa'ad, do Kuwait, sente muita pressão para gerar retornos, satisfazer seus líderes políticos e ganhar o respeito de Wall Street. Na década de 1990, o fundo, que recebe anualmente cerca de 10% das receitas do Kuwait, perdeu até US$ 5 bilhões em investimentos na Espanha, depois que a queda dos preços do petróleo e as conseqüências da Guerra do Golfo de 1991 deixaram o governo com problemas para equilibrar seu orçamento. "Queremos restabelecer nosso nome de administradores de fundos globalizados profissionais", diz ele. O fundo já gera lucros de aproximadamente o tamanho do orçamento do Kuwait, mas ele pretende dobrar seus ativos.

Al Sa'ad tenta descobrir as táticas do mercado há muito tempo. Seu pai, Mohammed, foi um comerciante bem-sucedido, mas o mundo das finanças encantou Al Sa'ad, o sétimo de 10 filhos, desde quando ele era novo. Após formar-se em contabilidade pela Universidade do Kuwait em 1980, ele conseguiu emprego como corretor de câmbio em um banco local, aproveitando oportunidades surgidas nos EUA, durante treinamentos no Chase Manhattan, em Nova York, e no First National Bank, em Chicago. Na década de 1990, um banco de investimento local sondou Al Sa'ad para ampliar sua divisão de banco de investimento, e suas atenções voltaram-se para as aquisições. Em 2003 o ministro das Finanças do Kuwait o convidou para administrar o fundo de investimentos do emirado, que já era um dos maiores portfólios do mundo. Intrigado com a idéia de administrar recursos, Al Sa'ad aceitou. Até agora, ele vem sendo bem-sucedido; seu fundo proporcionou um retorno de 13,3% no ano fiscal encerrado em março de 2007. Mas ele não está satisfeito. "Podemos ser mais dinâmicos", diz.

O fundo tenta manter a ampla maioria de seus retornos de acordo com os referenciais tradicionais de mercado, como os índices de ações e bônus - 60% do portfólio está em ações -, ao mesmo tempo em que direciona uma fatia dele para incursões mais arriscadas, como os investimentos em participações e os fundos de hedge. Em 2006 ele pagou US$ 720 milhões por um bloco de ações do Banco Industrial e Comercial da China, em sua abertura de capital. No ano passado, o fundo investiu US$ 300 milhões na TXU, companhia de serviços públicos do Texas, junto com as gigantes do private equity KKR e TPG. Mas Al Sa'ad está indo mais de leve no private equity. Ele admite que os 400 funcionários do fundo, a maioria deles servidores públicos que até recentemente não haviam tido contatos mais profundos com grandes firmas de "buyout", não sabem como operar empresas. "Não gostamos de ter 100% das empresas", diz ele.

Por outro lado, Sameer Al Ansari, administrador do relativamente pequeno Dubai International Capital, um fundo com US$ 12 bilhões em ativos, demonstra certa arrogância de um rei do private equity. Atlético e compacto, Al Ansari, 45, veste ternos de grife e faz negócios a partir de um luxuoso prédio de escritórios. Seu capital de investimento vem da companhia "guarda-chuva" do xeque Mohammed, a Dubai Holding, que investe 30% de seu fluxo de caixa no Dubai International Capital e outros fundos.

Nascido no Kuwait de pais palestinos e criado no Reino Unido, Al Ansari formou-se em contabilidade e administração financeira pela Loughborough University em 1985. Ele logo mudou-se para Dubai para trabalhar na Ernst & Young na área de contabilidade. Seu trabalho na limpeza da Dubai Aluminum, grande companhia do governo que estava cheia de problemas, atraiu a atenção de Mohammed Gergawi, um confidente próximo do xeque Mohammed e hoje presidente executivo da Dubai Holding. Gergawi contratou Al Ansari como diretor financeiro do escritório executivo do xeque, onde ele ajudou a arrumar os interesses de negócios de Mohammed e estabeleceu a Dubai Holding, que agora gerencia a maioria desses ativos. Depois que Al Ansari demonstrou preocupação com o fato de quase toda a fortuna do xeque estar aplicada no mercado imobiliário, Gergawi deu a ele sinal verde para estabelecer o fundo Dubai International Capital, visando uma diversificação.

Apesar de sua falta de experiência na área de aquisição, Al Ansari mergulhou nela de cabeça, alocando cerca de 60% de seu portfólio para os investimentos em participações. (Um quarto é direcionado a participações em grandes empresas e 15% para mercados emergentes). Além de investimentos conjuntos com firmas de private equity, ele já elaborou sozinho seis aquisições, incluindo a da operadora do museu de cera de Madame Tussaud, que comprou da Charterhouse Capital Partners por US$ 1,6 bilhão em 2005. Menos de dois anos depois ele vendeu a companhia para a Blackstone Group por US$ 2 bilhões em dinheiro e uma participação de 20% em uma companhia de entretenimento avaliada em mais de US$ 200 milhões.

Assim como Al Sa'ad, Al Ansari quer dobrar o tamanho de seu portfólio em dois anos. Para aumentar seu poder de fogo, contraiu muitas dívidas junto a bancos como o HSBC, Barclays e Royal Bank of Scotland. Seu fundo Global Strategic Equities Fund, que detém participações na Sony, HSBC e EADS, toma emprestado US$ 4 a cada US$ 1 de dinheiro próprio. O fundo também compra derivativos para limitar suas perdas.

Em busca de ajuda para novos negócios, Al Ansari começou a cortejar fundos de hedge no ano passado. Com a ajuda do JP Morgan Chase, ele fechou em novembro a compra de uma participação de 9,9% (por US$ 1,1 bilhão) na Och-Ziff Capital Management (OZM).

Alguns financistas de Dubai se mostram preocupados com Al Ansari. "Ele é muito esperto, mas não é um gerente de fundos treinado", diz um deles. O pessoal de Al Ansari diz, em particular, que o fundo está conseguindo retornos anuais de 20%, mas os banqueiros continuam céticos. "Minha dúvida é no que isso está baseado", diz um banqueiro de investimento de Dubai, observando que poderá ser difícil vender os investimentos em private equity da carteira de Al Ansari nos mercados turbulentos do momento. Além disso, os preços das ações da EADS e HSBC caíram 20% e 10%, respectivamente, desde que Al Ansari as comprou, enquanto a ação da Och-Ziff caiu 23%. Al Ansari afirma que suas grandes posições em ações estão "hedgeadas" em derivativos.

Apesar de toda a fixação nos retornos, às vezes os maiores objetivos estratégicos de um administrador de fundo de investimento soberano também têm a mesma importância. Soud Ba'alawy, 46, ex-vice-presidente do Citigroup em Dubai, foi sondado em 2000 para se tornar o principal diretor de investimentos do escritório do xeque Mohammed. Desde então, suas obrigações aumentaram bastante; ele é hoje presidente do conselho de administração da Dubai Group e homem nomeado pelo xeque para transformar o pequeno emirado na Wall Street do Oriente Médio. "Queremos ser a companhia de serviços financeiros da região", diz Ba'alawy, que comanda a Dubai financial Group, um braço em crescimento acelerado da Dubai Group, que ele quer tornar uma companhia aberta este ano numa operação de até US$ 12 bilhões.

Ao contrário de Al Ansari, que é meio ocidentalizado, Ba'alawy é um típico homem da região. Em Dubai ele veste o tradicional robe branco durante o mês do Ramadan, mesmo quando está viajando a negócios, o que segundo ele acontece 70% das vezes. Bastante reservado, ele resiste em falar sobre quanto dinheiro administra (fontes afirmam que seus retornos estão na casa de 20% ao ano), e mais ainda de sua vida particular.

Os ocidentais ainda são raros nos fundos de investimentos do Golfo, entre os quais alguns existem desde a década de 1950. David Jackson, o americano de 41 anos que administra o Istithmar Fund de Dubai, teve ascensão meteórica. Com diplomas de Princeton e da Faculdade de Administração de Yale, Jackson passou nove anos no Lehman Brothers, mais recentemente atuando como consultor em acordos de aquisição na Ásia. Em 2003, um amigo que atuava como consultor do sultão Ahmed Bin Sulayem, um dos conselheiros mais próximos do xeque Mohammed e presidente do conselho de administração da Dubai World, pediu a ajuda de Jackson na criação de um fundo de investimento, que foi nomeado Istithmar (investimento em árabe) e lançado poucos meses depois.

No começo, Jackson fazia tudo sozinho. "Era difícil fazer com que as pessoas retornassem minhas ligações", diz ele. Jackson fez sua reputação em 2006, quando adquiriu a operadora de resorts e cassinos Kerzner International por US$ 3,9 bilhões, junto com o Goldman Sachs e outros parceiros. Mais tarde naquele ano, ele comprou participação de US$ 1 bilhão no banco britânico Standard Chartered. Em junho do ano passado adquiriu 3% no fundo de hedge europeu GLG Partners (com US$ 20 bilhões em ativos). E em setembro seu fundo comprou o grupo varejista Barney's por US$ 942 milhões - depois de ter sido alertado por 18 meses que a controladora da Barney's, a Jones Apparel Group, só tinha interesse em vender a companhia inteira. Agora Jackson diz que está interessado em instituições de crédito imobiliário injustamente afetada pelos problemas no mercado subprime. Ele está de olho em participações em firmas de private equity nos termos da participação de US$ 1,35 bilhão de Abu Dhabi na Carlyle Group. E ele está avaliando vários acordos de investimentos conjuntos com firmas especializadas em aquisições.

Toda vez que o Istithmar compra uma companhia, Jackson aumenta a temperatura. Em 2005, poucos meses depois que o fundo adquiriu pequena participação de 3% na companhia aérea indiana SpiceJet, a companhia instalou novo presidente executivo. "Precisamos de pessoas como mais conhecimentos", diz ele. Desde então, a SpiceJet quadruplicou suas receitas, para US$ 327 milhões, e pretende quase dobrá-las até 2010. (O Istithmar aumentou sua participação para 14,7% no ano passado.)

Um solteirão que afirma não ter tempo nem para um animal de estimação, Jackson passa 40% do ano viajando em busca de negócios - às vezes esbarrando nos administradores do Dubai Fund. Ele avalia sua ficha corrida contra Al Ansari: "Ganhamos uma vez. Eles ganham duas. Às vezes nenhum de nós ganha. Não os vejo de uma maneira diferente de quando eu competia com a Carlyle ou a TPG".

Com o aprofundamento da crise de crédito, bancos de investimento e firmas de private equity estão evitando negócios para lamber suas feridas. Os fundos do Golfo Pérsico estão preenchendo o vácuo com entusiasmo. "Os fundos soberanos apresentaram todas as idéias interessantes surgidas no último trimestre", diz Jeff Holzschuh, um banqueiro do Morgan Stanley que atuou como consultor na venda da TXU. "Não há dúvidas de que eles vão mudar o mundo dos negócios." Mas ainda não se sabe se a mudança será para melhor. "Esse é um capital do qual precisamos desesperadamente", afirma Felix Rohatyn, ex-diretor-gerente do banco Lazard Frères e embaixador dos Estados Unidos na França. "Mas acho que não devemos nos iludir, achando que esses investimentos são totalmente benignos."