Título: Investimento externo em imóveis ch ega a US$ 14 bi
Autor: Boechat, Yan
Fonte: Valor Econômico, 13/02/2008, Boechat, Yan, p. B8

Os investidores estrangeiros aplicaram cerca de R$ 14 bilhões em ativos imobiliários no Brasil ao longo do ano de 2007. Entre os emergentes, apenas a China recebeu mais investimentos direcionados a imóveis que o país. Por lá, foram aplicados cerca de US$ 15 bilhões, mostra uma pesquisa global organizada pela consultoria Cushman & Wakefield, com escritórios em 201 cidades de 56 países no mundo. Ao todo foram investidos em imóveis US$ 930 bilhões ao redor do globo no ano passado e os Estados Unidos, mesmo com a crise das hipotecas, liderou o ranking, com US$ 402 bilhões.

Na listagem geral dos países que receberam o maior volume de investimentos em imóveis, o Brasil aparece na 11ª posição, logo atrás da Itália, que, segundo a pesquisa, recebeu aportes de US$ 14,5 bilhões. "O ano de 2007 foi caracterizado por uma grande liquidez e o mercado imobiliário brasileiro se mostrou uma ótima opção para os estrangeiros", afirma Mordejai Goldenberg, vice-presidente da consultoria para a América Latina.

O levantamento da Cushman considera todo e qualquer investimento que tenha sido feito direta ou indiretamente no setor imobiliário. Contabiliza desde a empresa que incorporou um edifício, um investidor que adquiriu alguns milhares de hectares para instalar uma fazenda para plantação de cana-de-açúcar ou o investidor pessoa física que apostou em alguma das mais de 20 empresas listadas na Bovespa. O estudo leva em conta também investimento em fábricas ou a simples compra de uma casa de veraneio de alto luxo.

Em todos esses setores, aponta a consultoria, houve um crescimento expressivo no Brasil. De acordo com a Cushman, o volume investido no país cresceu 143% em 2007 em relação ao ano anterior. Neste quesito, o Brasil ocupa a 6ª posição. À sua frente estão Turquia, Ucrânia, Hungria, Bulgária e Luxemburgo, que viu o volume de investimentos em imóveis crescer 260% em 2007. "Nossa expectativa é de que em 2008 esse volume volte a ter um crescimento bastante expressivo no Brasil, praticamente todos os segmentos do setor imobiliário estão muito aquecidos e, por meio de nossos escritórios mundiais, percebemos que o apetite dos estrangeiros pelo país não arrefeceu", diz Goldenberg.

Já para o mercado global a Cushman estima que haverá uma redução no volume de investimentos. De acordo com a consultoria, a previsão é de que haja uma queda de 17% no total investido em imóveis neste ano. "Já no segundo semestre percebemos uma queda de 12,5% em relação ao primeiro semestre", afirma.