Título: PMDB espera definir cargos com o presidente
Autor: Jayme , Thiago Vitale ; Lyra , Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 10/01/2008, Política, p. A8

A cúpula do PMDB se encontra hoje, às 19h, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir os cargos prometidos ao partido no setor elétrico. A negociação tem sido conduzida pessoalmente por Lula e a expectativa dos pemedebistas é confirmar o nome do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para o Ministério de Minas e Energia. Mas a discussão deverá passar por outros cargos importantes em estatais.

O governo pretende acelerar as nomeações de cargos por apadrinhados dos partidos da base. A idéia é evitar que possíveis insatisfações atrapalhem a aprovação das medidas anunciadas para compensar a perda de R$ 40 bilhões com a extinção da CPMF.

A forte preocupação de Lula com a possibilidade de racionamento de energia, pode influir na forma como o Palácio do Planalto vai negociar a nomeação do senador pemedebista. O tema fará parte da conversa com a cúpula do partido. Ontem, o presidente esteve com o ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, e com o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman.

Estarão no encontro o presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e no Senado, Valdir Raupp (RO), e o senador José Sarney (AP), padrinho do novo ministro. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), também participará da reunião. Lobão, inclusive, estava em Brasília ontem.

Além do ministro, estão indefinidas a presidência da Eletrobrás (ocupada pelo petista Valter Cardeal e pleiteada pelo pemedebista Flávio Decat), a presidência da Eletronorte (Carlos Nascimento pode dar lugar a Luiz Otávio e José Priante, indicados pelo deputado Jader Barbalho (PA) e a diretoria Internacional da Petrobras (pleiteada para Jorge Zelada, atual gerente geral de engenharia da estatal).

Ontem, Jucá negou que haja uma distribuição apressada de cargos em troca de apoio ao pacote de impostos. Quem também defendeu os pleitos partidários foi o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). "Não é nada demais indicar para ministério. Como podem os partidos fazerem parte da base do governo e o governo não se sentir animado a dar eles a possibilidade de integrarem determinados ministérios? Isso é elementar", afirmou.