Título: Minas registra maior alta de produção industrial
Autor: Rosas, Rafael
Fonte: Valor Econômico, 12/02/2008, Brasil, p. A3

A produção industrial em 2007 aumentou nas 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em cinco delas, o crescimento ficou acima da média nacional (6%). O destaque ficou para Minas Gerais, onde a atividade fabril teve ampliação de 8,6%.

O bom resultado do Estado foi obtido graças aos segmentos de automóveis, produção de minério de ferro, eletrodomésticos e bens de capital para a construção. O avanço de 2007 foi o maior obtido pela indústria mineira desde os 9% desde 2000. Também ficaram acima da média nacional, em relação ao aumento da produção industrial, Espírito Santo e Rio Grande do Sul (com 7,5% cada), Paraná (6,7%) e São Paulo (6,2%).

"Nesses locais, confirma-se o padrão de crescimento observado para o total da indústria brasileira ao longo de 2007, uma vez que na estrutura industrial desses Estados há forte presença de segmentos produtores de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletrodomésticos, e de bens de capital, além de setores tipicamente exportadores, particularmente de commodities (minérios de ferro, petróleo, carnes de aves e açúcar)", apontou o instituto.

Na comparação entre novembro e dezembro do ano passado, com ajuste sazonal, metade das 14 regiões analisados registrou queda na atividade industrial, com destaque para o caso de Santa Catarina, com declínio de 3,9%, segunda taxa negativa consecutiva, bem como Goiás (-2,7%) e Minas Gerais (-1,1%). O declínio na produção de São Paulo, de 0,5%, ficou próximo à média nacional (-0,6%).

Em dezembro de 2007 em relação ao mesmo mês de 2006, porém, houve ampliação da produção industrial em todos as regiões, sendo que Espírito Santo e Amazonas viram aumento de dois dígitos, de 15,7% e 15,2%, respectivamente. Acima da média nacional (6,4%), figuraram Nordeste (9,6%), São Paulo (8,2%), Bahia (8,1%) e Minas Gerais (7,2%).

O Estado de São Paulo, que tem peso de 40% no índice fechado do setor, foi o principal responsável pelos 6% de aumento da produção industrial brasileira no ano passado. O resultado foi estimulado pelo bom momento vivido pelos fabricantes de bens de capital para a indústria e agricultura, automóveis e celulares.

Dos 20 segmentos industriais analisados em São Paulo, 17 fecharam o ano em alta. Apenas celulose e papel (-1,4%), edição e impressão (-1,5%), e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2%) encerraram 2007 em queda. Entre os destaques, automóveis cresceram 6,7% e máquinas e equipamentos avançaram 16,2%.

O crescimento da indústria paulista no ano passado foi o maior desde 2004, quando o setor avançou 11,8% no Estado. A última vez que a produção industrial paulista ficou abaixo da média nacional foi em 2003, quando a média nacional foi de zero e o setor caiu 0,8% em São Paulo, segundo o IBGE.

Macedo minimizou ainda as duas quedas seguidas da produção industrial do Estado nos dois últimos meses do ano, na comparação com os meses imediatamente anteriores. Entre fevereiro e outubro o índice acumulou crescimento de 11,2%, com nove altas seguidas. "A acomodação em São Paulo foi natural, depois de forte alta acumulada ao longo do ano, o que deixou a base de comparação elevada", frisou Macedo, lembrando que a taxa paulista recuou 2,3% em novembro e 0,5% em dezembro.

O terceiro maior impacto positivo no ano passado foi do Rio Grande do Sul, que fechou 2007 com crescimento de 7,5%, no maior índice desde os 8,7% de 2000. A indústria no Estado se beneficiou da retomada da produção de bens de capital para a agroindústria, do refino de petróleo e da fabricação de automóveis. Macedo destacou ainda o comportamento da indústria capixaba, que encerrou o ano com alta acumulada de 7,5%. Os principais destaques no Estado - que em 2006 já havia subido 7,6% - foram petróleo e metalurgia.