Título: Microsoft quer crescer em serviço móvel
Autor: Moreira, Talita
Fonte: Valor Econômico, 12/02/2008, Tecnologia & Telecomunicações, p. B2

Dona do sistema operacional mais utilizado no mundo, a americana Microsoft busca alternativas para crescer na telefonia móvel, um mercado onde está longe de ter a posição de liderança que ostenta no universo dos computadores pessoais. "A mobilidade é central para a Microsoft. É essencial para o nosso futuro", resumiu o presidente da divisão de aparelhos e entretenimento da companhia, Robbie Bach.

Para conquistar seu espaço, a Microsoft está começando a avançar para outros territórios além do caminho que escolheu alguns anos atrás para entrar nesse negócio: o dos sistemas para celulares de uso empresarial. "Estamos nos movendo para além [das ferramentas] de produtividade corporativa", afirmou o vice-presidente sênior da divisão de negócios de comunicações móveis, Pieter Knook.

Agora, a empresa está atenta aos dispositivos voltados para o consumidor pessoa física - que cada vez mais busca conteúdos de música, vídeos e internet. No domingo, a Sony Ericsson anunciou o lançamento de um celular equipado com Windows Mobile. Até então, a empresa não tinha produtos com o sistema operacional da Microsoft.

Agora, a companhia americana está presente em quase todos os grandes fabricantes de telefones móveis, com exceção da Nokia, que apóia o sistema operacional aberto Symbian e diz não ter planos de usar os produtos da empresa de Bill Gates. O Symbian é hoje o grande rival do Windows Mobile.

"Há cinco anos, assistimos ao lançamento de aparelhos corporativos que agora os consumidores enxergam como aparelhos de uso pessoal", afirmou o presidente da divisão de aparelhos e entretenimento da Microsoft, Robbie Bach, destacando recursos multimídia e de acesso à internet. "Percebemos duas grandes tendências. Uma é que a mobilidade está se expandindo no trabalho e, agora, na vida pessoal. Outra é que os softwares e serviços serão fundamentais nesse processo."

Na avaliação do executivo, daqui a cinco anos o mercado de telefonia móvel não será guiado pelos serviços de voz. "Será uma competição entre plataformas", destacou, durante entrevista coletiva no Mobile World Congress, em Barcelona. (TM)