Título: BrT mantém normalidade com escolha de fornecedor
Autor: Magalhães , Heloisa
Fonte: Valor Econômico, 15/01/2008, Empresas, p. B3

Enquanto um batalhão de advogados trabalha incessantemente para acertar os detalhes da operação que resultará na venda da empresa para a Oi (ex-Telemar), a administração da Brasil Telecom (BrT) deverá tomar hoje uma decisão importante.

Está prevista para esta terça-feira a escolha do vencedor da megaconcorrência lançada em novembro para escolher um fornecedor exclusivo para a manutenção de sua rede - contrato que envolve algumas centenas de milhões de reais.

Estão no páreo a sueca Ericsson, a Alcatel-Lucent, franco-americana, e a Nokia Siemens, parceria entre a Nokia, da Finlândia, e a Siemens, da Alemanha. Até agora, as três multinacionais compartilhavam a manutenção da planta da Brasil Telecom.

A iniciativa da operadora é inédita. No mundo todo, empresas de telefonia costumam ter mais de um fornecedor para fazer a manutenção, até mesmo como forma de mitigar riscos. Porém, a BrT quer cortar custos.

O anúncio da decisão indica que a empresa continua em sua rotina, apesar das negociações para a venda de seu controle acionário. Havia expectativa, entre fabricantes de equipamentos, de que a concorrência seria suspensa ou adiada por enquanto, já que se trata de um contrato único no mundo e de valor elevado.

Porém, a abertura das propostas está confirmada, apurou o Valor. Hoje também será o dia da entrega das propostas para escolha do fornecedor da rede da terceira geração da telefonia celular da Brasil Telecom.

Segundo fonte ligada a um dos fornecedores, as condições exigidas pela operadora para a escolha da empresa de manutenção são "leoninas". Para esse interlocutor, é possível que nenhum dos fabricantes consiga atender as cláusulas impostas pela BrT.

Uma delas, considerada pouco comum, é a relativa ao "dano indireto". Significa que a empresa de manutenção de rede terá de arcar com toda a responsabilidade e as despesas com problemas enfrentados pelo consumidor ou pela própria BrT no caso de um problema não causado diretamente pelo responsável por ela.

Uma razão que pode ter levado a empresa a abrir os envelopes independentemente do momento é a de assegurar a transparência no processo. Houve rumores de que um fornecedor poderia ser beneficiado no processo e até já estaria escolhido. Para evitar interpretações nessa linha, o comando da BrT teria decido manter as datas fixadas.