Título: Planalto confirma Edson Santos na Secretaria de Igualdade Racial
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 15/02/2008, Politica, p. A9

O deputado federal Edson Santos (PT-RJ) foi confirmado ontem, pela Presidência da República, como novo ministro da Secretaria de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir). Santos substitui Matilde Ribeiro, que pediu demissão após a acusação de ter utilizado o cartão corporativo em um free-shop e de ter alugado carros em períodos nos quais estava de férias. O novo ministro já avisou que usará os cartões dentro das novas regras estabelecidas pelo governo federal.

Indicado pelo PT fluminense, Santos deixa, com isso, de disputar a pré-candidatura do partido para a prefeitura do Rio. A carreira política deste carioca de 53 anos teve início em 1988, quando elegeu-se vereador pela primeira vez pelo PCdoB.

Reelegeu-se em 1996, 2000 e 2004, quando mudou-se para o PT. Em 2002 tentou uma das duas vagas livres para o Senado, mas perdeu a disputa para o atual governador, Sérgio Cabral Filho (PMDB) e para Marcelo Crivella (PRB). Quatro anos depois, tentou a Câmara e recebeu a maior votação entre os petistas fluminenses - 105 mil votos.

Antes de ser vereador, Santos, que nunca militou diretamente na defesa dos direitos dos negros, mas, mesmo assim, crê manter uma boa relação com o movimento, foi segurança do hotel Sheraton e do Jockey Club do Rio para custear os estudos e interrompeu o curso de Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) ao decidir entrar na política.

epMatilde Ribeiro foi a única acusada de utilizar irregularmente os cartões corporativos a deixar o governo. Ela não resistiu às pressões e pediu demissão no dia primeiro de fevereiro, antes da polêmica em torno da criação ou não de uma CPI mista para investigar os gastos do Executivo com cartões corporativos. No último final de semana, a executiva nacional do PT divulgou uma nota solidarizando-se com a ministra e, apesar de defender a investigação do caso, a análise do comando petista era de que a ex-ministra havia sido vítima "de atrasos seculares que não aceitavam as mudanças implantadas pela Secretaria".