Título: Yara pretende aumentar os investimentos no país
Autor: Lopes, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 15/02/2008, Agronegócios, p. B13

Sergio Zacchi / Valor Hanzen, presidente da Yara Brasil: em linha com a estratégia global do grupo A Yara Brasil, que disputa com empresas como Mosaic e Heringer o segundo lugar no ranking das maiores empresas em vendas de adubos acabados no país - a liderança isolada neste mercado é da Bunge -, pretende investir US$ 40 milhões neste ano na expansão de sua capacidade operacional e em ações ligadas à segurança e meio ambiente.

Conforme Lair Hanzen, presidente da empresa, trata-se de um aumento expressivo. Nos últimos anos, afirma, os aportes nessas frentes somaram, em média, US$ 15 milhões por ano. Entre 2008 e 2010, diz, a média anual deverá atingir US$ 30 milhões.

Desde 2000, quando adquiriu o controle da Adubos Trevo, os investimentos do braço brasileiro do grupo norueguês beiram US$ 1 bilhão, de acordo com o executivo. O montante também inclui a compra do controle da Fertibrás, acertada em 2006.

Em princípio, a expansão planejada tem como foco reforçar a "nacionalização" da empresa. Como passou a protagonista no segmento no Brasil a partir da compra da gaúcha Trevo, havia uma concentração de vendas na região Sul.

A aquisição da Fertibrás equilibrou um pouco esse perfil - além de permitir a entrada da Yara no grupo de controle da Fosfertil, maior fabricante de matérias-primas para adubos do país -, e os investimentos recentes deram prosseguimento ao processo.

Sobre a Fosfertil, cabe um parêntese. Ao lado da "rival" Mosaic, a Yara Brasil questiona na Justiça a proposta de incorporação da Bunge Fertilizantes pela Fosfertil, feita em 2006. As três dividem o controle da Fosfertil (a Bunge tem participação maior) e andam às turras.

Como trabalha preponderantemente com matérias-primas importadas (65% do consumo nacional total é abastecido com importações), o último projeto de peso da Yara a entrar em operação no país foi uma nova unidade de mistura inaugurada em Paranaguá (PR) em janeiro. Os produtos processados ali são distribuídos em todo o país, segundo Hanzen.

Hanzen observa que a aceleração brasileira está em linha com a estratégia global do grupo, que aproveita a aquecida demanda por produtos agrícolas, seja para a alimentação ou para a fabricação de combustíveis, para elevar aportes em diversos países, como Catar e Rússia. No Catar, a Yara toca um "megaprojeto" de US$ 3,2 bilhões.

A Yara Brasil, cujo balanço de 2007 ainda não foi fechado, é responsável por cerca de 12% das entregas das misturadoras de adubos às revendas do país, que somaram 24,6 milhões de toneladas no ano passado. Com isso, já representa mais de 10% do faturamento global do grupo, que cresceu 19,1% no ano passado e superou US$ 10 bilhões. O lucro líquido foi de US$ 1,1 bilhão. Com produção própria de matérias-primas, a Yara é a maior companhia global do segmento de fertilizantes.