Título: Planos ambiciosos de expansão da rede
Autor: Carvalho, Maria Christina
Fonte: Valor Econômico, 15/02/2008, Finanças, p. C12

O Unibanco anunciou, ontem, um agressivo plano de investimento para expandir a rede e os negócios. Na terça-feira, o Itaú também revelou um plano mais ambicioso de abertura de agências. Os movimentos revelam uma das primeiras reações ao esperado aumento da concorrência entre os bancos a ser desencadeado pela compra do Banco ABN AMRO Real pelo Santander, que vão somar 2,2 mil agências, metade em São Paulo.

O Unibanco, informou o presidente Pedro Moreira Salles, vai abrir 200 pontos de venda neste ano entre agências, postos de atendimento bancário (PABs) e pontos em parceiros no varejo e mais 200 no próximo ano; e contratar cerca de 5 mil funcionários. Atualmente, o banco possui cerca de 1,5 pontos, incluindo 1,2 mil agências.

O projeto significa triplicar o número de agências abertas anualmente e vai absorver de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões em investimentos, recursos que normalmente o banco direciona para áreas de tecnologia da informação e serão remanejados.

Moreira Salles também informou que os investidores podem esperar um aumento das despesas administrativas e de pessoal de 7% a 12% neste ano por causa do projeto. Em 2007, as despesas de pessoal e administrativas do Unibanco cresceram pouco menos de 2% (5,6% a de pessoal e queda de 0,4% nas administrativas) para R$ 5,7 bilhões no banco e controladas com gestão direta e indireta. "Agora é hora de voltar a investir na expansão dos negócios", disse.

Cerca de 80% do pessoal a ser contratado vai trabalhar na venda. "A meta é crescer em negócios e regiões onde não crescemos nos últimos tempos e melhorar o retorno", disse Moreira Salles.

A meta do Itaú é abrir 150 novas agências neste ano, informou o presidente do banco, Roberto Setubal. O banco tem 2,8 mil. O objetivo também é acompanhar a expansão dos negócios. Com a absorção do BankBoston, o Itaú já vem crescendo. O número de funcionários cresceu 5 mil em 2007 para 65 mil. As despesas de pessoal aumentaram 14,5% para R$ 5,5 bilhões em 2007 e as administrativas, 9,6% para R$ 6,4 bilhões. Mas Setubal garantiu que isso se refletirá em melhores resultados. (MCC).