Título: Irani certifica inventário de emissões
Autor: Barros, Bettina
Fonte: Valor Econômico, 14/02/2008, Empresas, p. B8

Em uma iniciativa inédita no país, a Celulose Irani certificou seu inventário de gases do efeito estufa de acordo com as normas da ISO 14.064. Referente a 2006, o inventário servirá para ajudar a empresa na sua gestão ambiental e, conseqüentemente, na prospecção de novos negócios no mercado internacional de créditos de carbono.

O inventário é o mapeamento de todas as fontes de emissões de gases-estufa da empresa. Esses gases, capitaneados pelo dióxido de carbono (CO2), provocam o aquecimento do planeta e são alvo de um esforço internacional para redução. No caso da Irani, foram levantados dados das cinco unidades industriais (papel, móveis, resina e embalagens) e três escritórios, além das emissões da frota de veículos própria e terceirizada.

Na ponta do lápis, o inventário - realizado por uma consultoria independente e certificado pela BRTUV - constatou que a Irani emitiu 102 mil toneladas de CO2 equivalente em 2006, mas "retirou" 632 mil toneladas de CO2 equivalente no mesmo período. Isso se deve à área de florestas plantadas para a produção de papel (pouco mais de 40 mil hectares). Mas também aos investimentos para a geração de energia limpa.

A Irani substituiu sete caldeiras que queimavam combustível fóssil por biomassa. Além disso, a empresa iniciou em meados do ano passado o tratamento biológico de efluentes, o que já surtiu efeito nas emissões totais do ano passado.

O inventário de 2007, o segundo da empresa e que aguarda certificação, mostrou que as emissões de gases caíram para 61 mil toneladas de CO2 equivalente, contra as 102 mil toneladas de 2006, diz o diretor administrativo-financeiro, Odivan Cargnin.

Segundo ele, a empresa investiu R$ 150 mil nos inventários. O dinheiro teria vindo da receita de cerca de R$ 6 milhões gerada com a venda de créditos de carbono. De 2005 a 2007, a Irani obteve 408 mil desses créditos com a co-geração. A maior parte foi vendida à Shell. Para 2008, a empresa negocia a venda dos papéis à Cargill. Outros 55 mil créditos, gerados com o tratamento de efluentes, estão disponíveis ao mercado.