Título: Aço vai subir para compensar custos
Autor: Durão, Vera Saavedra
Fonte: Valor Econômico, 19/02/2008, Empresas, p. B6

A alta de 65% no preço do minério de ferro, anunciada ontem, levará as usinas de aço, no Brasil, a anunciarem novos aumentos para seus produtos. A opinião é de Carlos Loureiro, presidente da Rio Negro, distribuidora de aço. Ele prevê que as usinas poderão fazer reajustes de preços no segundo trimestre para valer a partir do terceiro.

Loureiro disse que o aumento deve ser de "um dígito alto" tanto para produtos siderúrgicos planos quanto longos. Ele afirmou que suas previsões são opiniões pessoais e não da Rio Negro, empresa que faz parte do Sistema Usiminas. A possibilidade de novos aumentos no aço se configura pelo fato de que os recentes acréscimos dados por siderúrgicas não consideravam uma alta tão elevada no preço do minério, um dos principais insumos das usinas integradas.

A Usiminas teria reajustado seus preços entre 9% e 11% e a Arcelor Mittal Tubarão entre 4,5% e 12%. A elevação vigoraria a partir da segunda quinzena de março ou início de abril. Novas altas no preço do aço, no segundo trimestre, também seriam condicionados pelas cotações de outros insumos, como sucata, ferro-gusa e carvão.

Eduardo Roche, analista do Modal Asset, previu que a CSN deve reajustar o preço entre 10% e 20% no fim de junho, início do segundo, como forma de equilibrar a pressão de custos pelo aumento do carvão. Ele avaliou que, pelo lado dos custos, o novo preço do minério tem impacto zero para CSN, já que tem 100% de produção própria. A Usiminas, após comprar a J. Mendes, atenderia cerca de um terço de suas necessidades. Por isso, ainda tem impacto do novo preço do. No médio prazo, também deve alcançar a auto-suficiência.