Título: Santander prevê crescimento de 50% na área de crédito imobiliário
Autor: Travaglini, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 24/01/2008, Finanças, p. C14
O Santander encerrou o ano passado com a concessão de R$ 2 bilhões em financiamento imobiliário. O volume é o dobro das liberações do ano anterior. Em 2008, o banco espera conceder mais R$ 3 bilhões em empréstimos novos, para atingir um crescimento de 50%.
Apesar do forte crescimento das operações, acima da média registrada pelo mercado, a vice-presidente de negócios imobiliários do banco, Ana Isabel Pérez, diz que o volume ainda é modesto. "Ainda temos muito espaço para crescer", acredita.
Nem mesmo a atual crise que afeta o mercado americano de hipotecas e que pode levar os Estados Unidos para uma recessão deve alterar, num primeiro momento, a perspectiva positiva para o mercado habitacional brasileiro.
O Santander é um dos bancos mais agressivos no mercado de financiamento imobiliário. Foi o primeiro a estender o prazo para 30 anos e a realizar empréstimos prefixados. Quase metade da produção do banco no ano passado (44%) foi feita com empréstimos prefixados.
Boa parte dessa atitude se deve a própria estratégia mundial do banco, diz a vice-presidente do banco. "O crédito imobiliário é uma excelente ferramenta de fidelização e captação de clientes", explica. De fato, 60% da produção do banco em 2007 atendeu não correntistas.
Uma das apostas do banco para este ano são as parcerias com as construtoras. O banco tem acordos com Rodobens, Cyrella e Rossi. Somente por meio dessas parcerias, o Santander espera conceder R$ 5,2 bilhões nos próximos três anos.
"As incorporadoras e construtoras estão preparadas para crescer", diz Pérez. Além disso, os bancos estão pouco a pouco ocupando o lugar das incorporadoras no financiamento ao mutuário, completa.
O banco também pretende ampliar a atuação no segmento de baixa renda por meio de recursos do FGTS. O Santander aguarda a liberação da Caixa Econômica Federal para operar com recursos do fundo.
Segundo o superintendente de crédito imobiliário do Santander, José Manuel Alvarez Lopez, o segmento de mercado que atende famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos é o mais promissor. "Este é o grande mercado brasileiro", diz.
Ele reclama, no entanto, da diferença de tratamento em relação à Caixa. Isso porque, no segmento de renda mais alto atendida com recursos do FGTS, o chamado Pró-cotista, o fundo decidiu direcionar 70%, dos R$ 909 milhões, previstos para este ano, para a Caixa.