Título: Comgás planeja ter mais gás da Petrobras no próximo ano
Autor: Capela, Maurício
Fonte: Valor Econômico, 07/01/2008, Empresas, p. B6

A Cia. de Gás de São Paulo (Comgás) está disposta a comprar mais gás natural da Petrobras. Segundo Sérgio Luiz da Silva, diretor da distribuidora para grandes consumidores, a idéia é aumentar a contratação do atual volume já em 2009.

"Conversamos com a Petrobras sempre sobre o assunto. E o nosso interesse é aumentar nossa oferta de gás, se possível, ainda em 2008", afirma Silva ao Valor.

Atualmente, a Comgás compra 14,75 milhões de metros cúbicos (m3) por dia da estatal - volume suficiente para atender sua demanda de 14 milhões diários de m3 - e 650 mil m3 da filial da britânica BG na Bolívia. A BG, inclusive, ao lado anglo-holandesa Shell, controla a companhia.

Apesar de estar com a demanda garantida pelos diversos tipos de contratos que assinou em dezembro de 2007 com a Petrobras, a Comgás anda preocupada com o montante fornecido pela filial da BG na Bolívia. E tem razão para isso. Declarações recentes do ministro boliviano dos hidrocarbonetos, Carlos Villegas, deram conta de que o governo daquele país não garantirá o fornecimento do insumo para o cumprimento deste contrato e tampouco os 1,1 milhão de m3 que a estatal boliviana YPFB deveria enviar à usina termoelétrica Cuiabá, que pertence à Pantanal Energia.

"Este acordo não está sendo cumprido desde o ano passado. Mas se houver interrupção neste contrato, os clientes da Comgás não sofrerão problema algum", afirma o executivo da distribuidora, que abastece a Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e a região de Campinas.

Isso ocorre porque, na negociação de contrato feita com a Petrobras, a Comgás conseguiu incluir volume equivalente ao do acordo com a BG nos 14,75 milhões de m3 por dia entregues atualmente pela estatal.

Situação bem diferente vive a térmica de Cuiabá, que se recebesse os 2,2 milhões de m3 diários para viabilizar sua capacidade total de 480 megawatts, abasteceria 70% da demanda do Estado do Mato Grosso. Segundo a assessoria de imprensa da Pantanal, a térmica não tem seu abastecimento assegurado diariamente desde agosto de 2007. E afirma que há um contrato provisório sendo discutido, onde a YPFB se responsabilizaria por entregar 1,1 milhão de m3 diariamente, volume suficiente para colocar em funcionamento metade da sua capacidade de geração.