Título: Fundações começam ano com perda
Autor: Travaglini, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 21/02/2008, Finanças, p. C1

O ano começou com forte tombo dos fundos de pensão. Estudo da RiskOffice com uma amostra de 138 planos de benefício mostra que a rentabilidade média em janeiro ficou negativa em 0,87%. O resultado é fruto da queda da bolsa, que fechou o mês em baixa de 6,88%.

O retorno das carteiras de renda fixa, de 1,02%, superou a principal referência (benchmark) desses ativos, o CDI, que ficou em 0,92% no primeiro mês do ano. Mas a parcela alocada em renda variável amargou, em média, queda de 9,49% em janeiro.

Depois de cinco anos de resultados folgados, 2008 se apresenta como um ano mais difícil para as fundações, na opinião de Fernando Lovisotto, sócio da RiskOffice, principalmente pela bolsa.

Em 2007, o rendimento médio já havia sido menor do que 2006 e este ano deve ser ainda mais apertado. Para que as fundações fecham o ano positivo, a bolsa precisa ter rendimento superior a 5%.

Apesar do resultado, não houve muitos movimentos nas carteiras de renda variável nos últimos meses, mesmo com as turbulências, o que é positivo, segundo Lovisotto, porque os findos devem "manter uma visão de longo prazo", afirma.

Além disso, entidades cujas metas sejam atreladas ao IGP-M, mais uma variação de 6%, podem ter ainda mais dificuldade para cumprir metas. O último relatório Focus, do Banco Central, apontava expectativa de IGP-M em 5,22% para 2008. "No ano passado, quem tinha meta em IGP-M mais 6%, precisaria ter alocação acima de 30% em ações para superar a meta". O IGP-M encerrou 2007 em 7,75%.

No ano passado, pela primeira vez, os fundos ficaram, em média, com mais da metade da carteira em investimentos mais longos. A parcela em títulos vinculados a índice de inflação, mais os investimentos em ações superaram 50%.

Para buscar mais retorno, uma das alternativas que começam a ser olhada por alguns fundos é o empréstimo de ações.