Título: Gasto de residências oficiais com cartão foi de R$ 407,8 mil
Autor: Otta, Lu Aiko ; Rosa, Vera
Fonte: Valor Econômico, 08/02/2008, Nacional, p. A4

Valores, referentes a despesas feitas em 2007, englobam o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto

Sônia Filgueiras e Leonêncio Nossa, BRASÍLIA

Pelo menos R$ 407,8 mil de despesas das duas residências oficiais da Presidência da República - o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto - no ano passado foram pagas com cartões corporativos do governo. Entre 2003 e 2007, os dez ecônomos - profisionais responsáveis pelas compras com cartões - encarregados de pagar compras para o gabinete da Presidência gastaram R$ 10,8 milhões em pagamentos feitos com dinheiro eletrônico. Os dados foram obtidos no Siafi, mecanismo eletrônico oficial que registra as despesas orçamentárias da administração pública, pela Assessoria de Orçamento do DEM.

Segundo os registros do Siafi, o maior volume dos gastos acumulados nos últimos cinco anos - R$ 2,3 milhões - foi autorizado pelo ecônomo Clever Pereira Fialho. Em 2004, ele autorizou despesas no valor de R$ 942 mil. Durante a CPI dos Correios, em 2005, as despesas feitas por Clever chegaram a ser objeto de requerimentos apresentados por parlamentares da oposição. José Roberto Possa é o segundo colocado em volume de gastos. Entre 2003 e 2007, seu cartão gerou uma despesa de R$ 1,4 milhão.

NOS PALÁCIOS

Alguns gastos autorizados por Fialho, Possa e pelos econômos João Domingos Neto, Mauro Augusto da Silva, Maria Emília Évora e Josafá Araújo em 2007 estão identificados pela destinação genérica de ¿suprimento de fundos para cobrir despesas em viagens presidenciais e de ministros, órgãos especiais vinculados à Presidência, segurança da presidência, vice e familiares¿.

Todos cuidam das despesas do gabinete presidencial. O administrador do Palácio da Alvorada, José Ivo de Souza Barbosa, é auxiliado por dois outros assessores - Luiz Alves Rabelo e José Henrique Oliveira de Souza - no pagamento, com cartões, de despesas das residências oficiais da Presidência.

No dia-a-dia, o grupo de ecônomos é responsável por despesas corriqueiras e emergenciais diretamente ligadas à manutenção do gabinete, das residências oficiais e da área de segurança. Nas viagens, eles pagam gastos de hospedagem, deslocamentos, alimentação e locomoção do presidente, do vice-presidente e das comitivas que normalmente os acompanham, além de despesas relacionadas às equipes de apoio e de segurança.