Título: Histórico mostra vitória de indicados pelos partidos
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 04/02/2005, Política, p. A6

Apesar da disputa acirrada pela sucessão da Mesa Diretora da Câmara - tanto na presidência quanto nos demais cargos -, historicamente vencem os candidatos oficiais indicados pelos partidos. "A absoluta maioria da Mesa será composta pelos candidatos oficiais", afirmou ao Valor o atual presidente da Casa, João Paulo Cunha. Levantamento feito pela Secretaria Geral da Mesa da Câmara comprova a tese de que os partidos, no fim da disputa, acabam entendendo a importância de preservar a instituição e os partidos. Numa das eleições mais tumultuadas da Casa, quando foi eleito Aécio Neves, em 2001, houve disputa em todos os cargos da Mesa, com exceção da 3ª secretaria, para a qual o PT indicou por consenso o deputado Paulo Rocha (PA). Aécio Neves venceu no primeiro turno, com 283 votos, contra 117 votos de Inocêncio Oliveira (PFL-PE); 81 de Aloizio Mercadante (PT-SP); 21 de Valdemar Costa Neto (PL); e 3 de Nelson Marquezelli (PTB-SP). Essa eleição foi tão disputada que houve segundo turno para praticamente todos os cargos da Mesa: primeiro vice-presidente, segundo vice-presidente, 1º secretário, 2º secretário e 4º secretário. Na última eleição, quando foi eleito presidente João Paulo Cunha, não houve nenhum segundo turno, mas a escolha foi apertada para a 1ª secretaria, devido a uma briga interno no PMDB. Venceu o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Logo depois de eleito, Geddel apresentou um projeto de lei para acabar com a possibilidade de candidaturas avulsas. Ele defende abertamente o respeito às candidaturas oficiais para preservar a instituição. Agora, o quadro de disputa não deve ser muito diferente. A maioria dos partidos escolherá o candidato oficial para integrar a Mesa nos dias 13 e 14. No PFL, que terá a primeira vice-presidência, a disputa já está animada, a julgar pelo volume de cartazes e banners espalhados por toda a Câmara e até mesmo na entrada no Congresso. Disputam os cargos os pefelistas José Thomaz Nonô (AL), Robson Tuma (SP) e Mussa Demes (PI). Pode ser que César Bandeira (MA) também se anime. Como Nonô é líder da minoria, é provável que a bancada escolha outro nome para representar oficialmente o PFL. O deputado, no entanto, não descarta uma disputa como candidato avulso, o que é autorizado pelo regimento interno. "Acredito que pode haver segundo turno para todos os cargos", disse Nonô. "Há vários colegas que me estimularam. Do ponto de vista pessoal, é um maravilhoso polimento para o ego", acrescentou. Já Robson Tuma espera que os colegas abram mão da candidatura para que ele dispute (MLD)