Título: Logica unifica marcas e lança nova subsidiária no Brasil
Autor: Luiz Rosa , João
Fonte: Valor Econômico, 27/02/2008, Empresas, p. B3

Nos últimos três anos, a companhia britânica LogicaCMG - especializada na prestação de serviços de tecnologia da informação (TI) - fez uma série de aquisições, acompanhando a tendência de consolidação do setor. A lista incluiu a Edinfor (ex-braço da Energias de Portugal), a francesa Unilog e a WM-data, da Escandinávia. Agora, com 39 mil funcionários espalhados pelo mundo e uma série de marcas diferentes, o grupo decidiu que chegou a hora de juntar tudo sob um único guarda-chuva. A partir de hoje, todos os negócios passarão a ser integrados sob uma marca só: Logica.

Paralelamente, o grupo está lançando uma nova empresa - a Logica América do Sul - para atuar nos países da região. O quartel-general ficará em São Paulo. Além do escritório na capital, a empresa tem um centro de dados em Mogi das Cruzes e uma unidade de recuperação de desastres em Barueri, também no Estado. "Nosso foco continuará sendo o Brasil", diz o americano Fermin Fautsch, executivo-chefe da Logica América do Sul.

Até agora, a maioria dos contratos fechados no país referem-se a trabalhos locais, mas a Logica negocia com alguns clientes multinacionais a possibilidade de transformar o Brasil em base para a exportação de serviços, diz Fautsch. "Há uma excelente mão-de-obra no país e estamos conversando para criar um 'hub' de serviços para exportação, como alternativa aos centros de que dispomos na Índia e nas Filipinas", afirma.

Nos últimos dois meses, a Logica América do Sul contratou 60 profissionais no país e há 90 vagas em aberto, prontas para ser ocupadas, informa Fautsch. "Estamos recrutando tanto pessoal experiente como iniciante." Ao todo, cerca de 400 profissionais trabalham sob a supervisão da Logica atualmente no Brasil, segundo o executivo. A equipe local também está trabalhando em projetos no Chile, na Venezuela e na América Central.

O interesse da Logica pelo mercado brasileiro ganhou impulso em dezembro do ano passado, quando o grupo decidiu adquirir 100% da Edinfor Brasil. A companhia britânica já havia adquirido 60% de participação na Edinfor européia, a empresa-mãe, cerca de dois anos antes, mas preferiu acelerar a absorção do negócio no Brasil. "Foi uma combinação de fatores", justifica Fautsch. "A aquisição já estava nos planos dos acionistas. Além disso, o grupo vinha observando o potencial de crescimento no país." Nos últimos dois anos, os negócios da Logica no Brasil praticamente dobraram, diz o executivo, sem divulgar números.

Até agora, a atenção da Logica tem sido dirigida a dois segmentos no país: energia e telecomunicações. A idéia, diz Fautsch, é continuar a crescer em ambos, adicionando duas outras áreas: o setor público e o financeiro.

Os serviços de TI transformaram-se em alvo de grande competição, o que inclui contratações maciças de grandes empresas, como a IBM. Na Lógica, a orientação é participar de disputas que demandem conhecimento mais específico e estejam menos sujeitas a preço e volume de mão-de-obra, diz Fautsch. A atuação da empresa está voltada para a terceirização de serviços de missão crítica - como emissão de contas de concessionárias de serviços públicos -, gerenciamento de software e implantação de sistemas de gestão empresarial.