Título: Subsídio a soja e etanol será debatido em abril
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 10/02/2005, Brasil, p. A5

Brasil e EUA irão reunir-se juntamente com seus setores de soja e etanol, em abril, em Washington, para examinar suas respectivas políticas agrícolas. Os dois lados reclamam dos subsídios a esses produtos. O objetivo é dar transparência ao que Brasília e Washington estão fazendo, disse o subsecretário de assuntos econômicos do Itamaraty, embaixador Clodoaldo Hugueney. Ele discutiu a questão em Genebra com o principal negociador agrícola americano, Al Johnson. No caso da soja, a Argentina, Brasil e Estados Unidos são os principais exportadores mundiais e concorrentes, apesar de terem entressafras diferentes. Os brasileiros reclamam que os produtores americanos de soja são turbinados por subsídios que passam de US$ 2 bilhões por ano. No entanto, quando o governo quis abrir uma denúncia contra os americanos, os próprios produtores brasileiros alegaram que não tinham dinheiro para viabilizar a briga. Atualmente, o preço da soja está em queda e as reclamações voltam-se contra as subvenções americanas. Com relação ao etanol, o Brasil é reconhecido como um enorme competidor, mas tem dificuldades no mercado dos EUA por causa das barreiras. Os americanos subsidiam a produção de etanol a partir do milho. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o preço do etanol americano é de duas a três vezes mais caro que o brasileiro. Só que os americanos também reclamam de subsídios no Brasil. Por isso, Brasília quer mostrar que a situação é diferente. Sobre as negociações agrícolas na Organização Mundial de Comércio (OMC), o Brasil e os EUA têm posição comum contra a União Européia sobre a necessidade de converter mais de quatro mil tarifas específicas (valor monetário) em tarifa ad valorem (percentual). As primeiras são mais problemáticas, porque a proteção contra a importação flutua com os preços.