Título: Construção dá impulso ao segmento de móveis
Autor: Lima, Marli; Jurgenfeld, Vanessa
Fonte: Valor Econômico, 06/03/2008, Brasil, p. A4

O aquecimento da construção civil animou o começo do ano dos fabricantes de móveis. "Tenho ouvido que o pessoal tem corrido bastante", disse Constantino Bezeruska, presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Estado do Paraná (Simov). Dono da Móveis Talento, que faz projetos sob medida, Bezeruska contou que vendeu cerca de 40% mais no primeiro bimestre em comparação com igual período do ano passado. "A expectativa é que melhore mais", adianta.

A Móveis Daico, localizada em Nova Erechim, no Oeste de Santa Catarina, registrou crescimento de 5% nas vendas do primeiro bimestre. Adir Kist, dono da empresa, diz que o desempenho foi bom, porém abaixo dos 15% de incremento que projetava. Ele esperava que as recém-abertas representações de venda da empresa no Mato Grosso do Sul e em Pernambuco pudessem reforçar as vendas de forma mais acentuada, mas ainda isso não ocorreu.

A projeção de Kist para o primeiro trimestre é manter os 5% de crescimento, mas ele espera melhora para o resto do ano, com incremento das vendas em torno de 10%. "Atrás do boom da construção civil, vem sempre um aumento da demanda por móveis. Esperamos que isso vá ocorrer em 2008 e continuar em 2009."

Para Kist, a melhora da renda do brasileiro contribui para vendas mais fortes, mas o mercado em geral não está muito favorável, porque há mais oferta de fabricantes de móveis no mercado interno. "O lojista está com muita opção de compra, porque quem era exportador agora está também no mercado interno."

A empresa, com 155 funcionários, não realizou exportação em 2008. "Refizemos custos e apresentamos uma nova planilha de preços por conta do dólar e perdemos o cliente", diz. Em 2007, a Daico, especialista em cozinhas de madeira, exportou 12% do seu faturamento. Em 2005 e 2006, essa fatia chegou a 30%.

Na Movelaria Paranista, de Curitiba, que faz cadeiras em madeira para hotéis, restaurantes e eventos, os pedidos tiveram aumento de 80%. "Normalmente a procura é fraca entre o Natal e o Carnaval, mas não paramos de vender", disse o sócio Aurélio Sant´Anna, que teve de cancelar férias de empregados para dar conta da demanda e precisou recorrer à terceirização de corte e laminação.