Título: Petróleo e metais não-ferrosos retomam alta com queda do dólar
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Fonte: Valor Econômico, 04/03/2008, Empresas, p. B6

Depois da queda ocorrida na última sexta-feira, os preços do petróleo recuperaram terreno rapidamente na segunda-feira, inflacionados pela debilidade do dólar perante outras moedas e também pela reunião que ocorre nesta semana da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Os contratos mais próximos fecharam acima de US$ 102 em Nova York e de US$ 100 em Londres.

Os seguidos cortes na taxa básica de juros e a persistência de dados indicando desaceleração econômica nos EUA deprimem o valor da moeda americana perante outras divisas e também outros ativos. Nesse cenário, as commodities aparecem como boa opção de investimento, o que ajuda a explicar a nova escala das cotações do petróleo e também do ouro e outros minérios.

Ontem, o contrato de WTI negociado para o mês de abril em Nova York fechou com alta de US$ 0,61, para US$ 102,45. O vencimento para o mês seguinte terminou valendo US$ 102,01, com valorização de US$ 0,59. Em Londres, o barril de Brent para abril apontou aumento de US$ 0,38, para US$ 100,48. O contrato para maio encerrou cotado a US$ 100,15, o que significa uma elevação de US$ 0,37.

Além do fator financeiro, contribuem para o aumento dos preços as tensões geopolíticas em áreas produtoras de petróleo. Ao lado dos recorrentes episódios de violência no Oriente Médio e na Nigéria, por exemplo, ontem se somou o estranhamento político na América do Sul, onde Venezuela e Equador mobilizaram tropas para as fronteiras com a Colômbia. Os dois primeiros são países exportadores de petróleo.

Na Bolsa de Metais de Londres (LME na sigla em inglês), o níquel com entrega para três meses valorizou 1,58%, terminando a segunda-feira cotado a US$ 32.200 a tonelada. No ano, a alta do níquel é superior a 26%. Ao final de 2007, a tonelada com o mesmo prazo de entrega estava cotada a US$ 26.050. A queda do dólar frente a outras moedas também fez os preços dos demais metais fecharem o dia em alta.

O preço do alumínio com contrato para três meses ficou em US$ 3.146,5 a tonelada, alta de 0,9%. O cobre fechou o dia em US$ 8.572,5, em elevação de 1,6%, se aproximando de sua cotação histórica. O chumbo valorizou 1,7%, cotado a US$ 3.422, o estanho 1,2%, a US$ 18.950 e, por fim, o preço do zinco avançou 3,5%, negociado a US$ 2.837,5 a tonelada.

"Todos basicamente jogaram a toalha com relação ao dólar", disse Matt Zeman, operador do setor de metais do LaSalle Futures Group de Chicago, ao comentar o comportamento dos investidores migrando para as commodities. (Com agências internacionais)