Título: Fosfertil quer dobrar de tamanho em até cinco anos
Autor: Lopes ,Fernando
Fonte: Valor Econômico, 10/03/2008, Agronegócios, p. B13

Impulsionada pelos bons resultados obtidos em 2007 e pelas boas perspectivas para a produção agrícola brasileira, a Fosfertil, maior fabricante de matérias-primas para adubos do país, estabeleceu como meta dobrar de tamanho no máximo até 2013.

Segundo Vital Jorge Lopes, presidente da empresa, os planos de investimentos em estudo - que dependem da aprovação do conselho, onde seus principais acionistas (Bunge, Mosaic e Yara ) divergem na Justiça sobre a proposta de incorporação da Bunge Fertilizantes pela Fosfertil - permitem vislumbrar este avanço. "Entre os planos está inclusive a abertura de uma nova mina". Neste caso, explica, os estudos estão sendo feitos nas reservas minerais já de propriedade da Fosfertil em Minas.

Nas expansões de companhias como a Fosfertil, são as explorações de minas que custam mais caro. Correlações com a última expansão anunciada pela empresa, portanto, resultam em distorções. Em 2007, a Fosfertil deflagrou um projeto de R$ 271 milhões para elevar em 27% sua oferta de ácido fosfórico (insumos básico para a produção de produtos fosfatados de alta concentração usados na formulação de fertilizantes).

O montante, de acordo com a companhia, está sendo aplicado em melhorias em suas minerações em Catalão (GO) e Tapira (MG) e, principalmente, na expansão da capacidade do complexo industrial de Uberaba (MG). Segundo Lopes, a oferta adicional resultante desse investimento estará disponível no mercado no início de 2010.

Em 2007, informa o executivo, a Fosfertil produziu 1,108 milhão de toneladas de nutrientes derivados do fosfato (foco da empresa), ante as 929 mil do ano anterior. Para a produção de nitrogenados, porém, houve queda de 566 mil para 538 mil na mesma comparação. Fosfato, nitrogênio e potássio são as principais fontes de nutrientes para a fabricação de adubos.

Embalada por esse incremento e pela disparada dos preços dos produtos, a Fosfertil encerrou 2007 com faturamento bruto de R$ 2,687 bilhões, 18,1% mais que em 2006. Na mesma comparação, a receita líquida subiu 17,5%, para R$ 2,422 bilhões, o Ebitda engordou quase 62% (R$ 729,9 milhões) e o lucro líquido foi de R$ 444 milhões, 93,8% superior.

Lopes justifica os aumentos de preços realizados - que em alguns casos proporcionou aumentos de mais de 30% para o consumidor final, segundo estudos recentes - com o comportamento do mercado internacional. Ele lembra que cerca de 65% da demanda nacional é atendida por importações e que, por isso, os produtos aqui vendidos oscilam de acordo com as ondas externas.

Como a demanda mundial por produtos agrícolas - e, consequentemente, por insumos - também continua aquecida, fontes do segmento não acreditam em quedas significativas de preços ao longo deste ano. E há o petróleo, que influencia diretamente os nitrogenados que dele derivam.