Título: Pequeno exportador eleva venda de alta tecnologia
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 11/03/2008, Brasil, p. A3

A baixa cotação do dólar e o aquecimento do mercado interno contribuíram para a redução do número de micro e pequenas empresas que vendem ao exterior. No entanto, as que permaneceram nesse mercado conseguiram aumentar o seu faturamento, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Em 2006, as micro e pequenas empresas exportadoras somaram 12.998, uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Já o faturamento foi de US$ 1,906 bilhão, um crescimento de 5,8%. Os dados fazem parte da pesquisa "As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira", que reúne informações entre 1998 e 2006.

A valorização do real frente ao dólar, que se intensificou nos últimos anos, o aquecimento do mercado interno - que elevou os salários - e a competição com os países asiáticos são os fatores que mais contribuíram para a redução do número de empresas.

"Isso acaba significando aumento de custo e perda da competitividade", explicou Fernando Ribeiro, economista da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), que participou da pesquisa. Ribeiro lembra ainda que em 2004 a economia brasileira vivenciou um pico exportador. Existia a capacidade de produção e a demanda interna ainda não estava plenamente aquecida, com isso, as micro e pequenas empresas voltaram seus esforços para o exterior. No entanto, com o fortalecimento do mercado interno, algumas decidiram deixar de exportar por ser mais lucrativo vender internamente.

A pesquisa mostra ainda que o uso da tecnologia no processo de fabricação aumentou. Nas micro, as empresas de média-alta e alta intensidade tecnológica apresentaram crescimentos de, respectivamente, 10,3% e 18,8%. No caso das pequenas, a de intensidade média-alta cresceu 9,5% e alta, 14,8%.