Título: Prefeitos temem reajuste
Autor: Iunes, Ivan; Jerônimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 10/02/2011, Política, p. 9

Enquanto o PSDB afirma que vai trabalhar para que o novo salário mínimo chegue a R$ 600, prefeitos mineiros da legenda e do DEM afirmam não ter condições de pagar o piso se ele chegar a esse valor. Principalmente os das regiões mais pobres, onde a maioria das prefeituras sobrevive quase que exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). ¿Se aumentar o salário mínimo para R$ 600, a situação vai ficar insustentável para as prefeituras, que não terão como pagar seus funcionários. Falar nesse valor é pura demagogia¿, dispara Jeferson Augusto de Figueiredo (PSDB), prefeito de Grão Mogol, município de 14,8 mil habitantes, a 551 quilômetros de Belo Horizonte. A prefeitura tem 650 funcionários, dos quais 30% recebem um salário mínimo. ¿A maior dificuldade é que o aumento do salário mínimo provoca um efeito cascata em toda a folha de pagamento¿, observa.

O também tucano Manoel Andrade Capuchinho faz coro à reclamação e prevê demissões. ¿Toda vez que aumenta o salário mínimo, também aumentam as despesas com as obrigações sociais. Aí, vem a pergunta: Onde arrumar recursos para pagar as despesas a mais?¿. Segundo Capuchinho, um mínimo de R$ 600 resultaria em demissões de parte dos 600 funcionários e corte nos investimentos. Marinilza Mota (PSDB), chefe do Executivo Municipal de Ibiaí, a 406 quilômetros de BH, também prevê quebradeira se a proposta vingar. Com 220 funcionários, a prefeitura sobrevive praticamente dos repasses do FPM.