Título: Greenhalgh acusa Virgílio de incitar guerra federativa
Autor: Cristiane Agostine e Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 11/02/2005, Política, p. A5

O candidato oficial do PT à presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh, criticou a candidatura avulsa do petista Virgílio Guimarães e seu alinhamento ao ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PMDB). Durante debate promovido ontem pela rádio CBN com os dois petistas e o candidato do PFL, João Carlos Aleluia, Greenhalgh criticou também Virgílio por promover uma guerra federativa, entre "Minas e São Paulo": "Quem pega os jornais de Minas vê uma nova inconfidência mineira em torno de sua candidatura." O candidato oficial do PT afirmou ter conversado com Garotinho durante a campanha, mas depois de o secretário de Governo do Rio ter pedido que Greenhalgh "verificasse a possibilidade de honrar um compromisso que foi feito pelo governo com o Estado do Rio, durante a votação do Orçamento", o petista disse ter se afastado do pemedebista. Greenhalgh criticou duramente Virgílio por ter pedido apoio ao político: "Jamais me associaria ao governador Garotinho dando palco para que ele fizesse críticas ao governo do presidente Lula. Você não é o candidato do PT. Você é um petista candidato. Você está associado, do ponto de vista político, com as pessoas que mais se opõem ao governo Lula". Durante o carnaval, Virgílio encontrou-se com Garotinho em busca do apoio da bancada fluminense. O ex-governador teceu críticas ao governo Lula e disse que não apoiaria Greenhalgh por sua candidatura ser "patrocinada" pelo ministro José Dirceu, a quem acusa de trabalhar "contra os interesses do Rio". O ex-governador, por meio de sua assessoria, afirmou que Greenhalgh mentiu e que não houve negociação entre os governos federal e do Rio envolvendo o Orçamento da União. Segundo Garotinho, Greenhalgh teria ligado a ele para buscar o apoio do PMDB e sugerindo que poderia facilitar a liberação de recursos. Virgílio tentou defender sua campanha e amenizar a repercussão do pedido de apoio. Em nota divulgada por sua assessoria, afirma que "não é responsável pelas opiniões dos que o apóiam". Depois do debate, afirmou já ter defendido o governo Lula e Dirceu "em vários momentos" e que "continua defendendo". Distante da polêmica petista, o candidato Aleluia defendeu a reforma política e afirmou que " todos os governos provaram o gosto amargo de não ter investido na reforma política": "O PT era talvez o partido mais forte, mais organizado e agora se apresenta dividido. A candidatura de Virgílio é fruto da desarrumação partidária em que o país vive. "