Título: Lula espera alta maior na revisão dos dados
Autor: Lyra , Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 13/03/2008, Brasil, p. A10

Henrique Meirelles, presidente do BC em nota oficial sobre o PIB: "caráter sustentado do atual ciclo de crescimento" O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou a quem denominou de "os analistas econômicos", ao comentar o crescimento do PIB em 2007. Segundo o presidente, a economia não cresceu os "4,1%, 4,2%, 3,9%,4,5%,4,7%", como avaliado anteriormente mas, de "forma muito gostosa, cresceu 5,4%".

O presidente demonstrou otimismo com a revisão do PIB do ano passado, que ainda será feita, apostando que esse percentual será superior aos 5,4% anunciados ontem. E acrescentou: "Está cheio de analistas econômicos que dão palpites. Vocês sabem que, se a gente fosse aceitar os palpites de todos os que dão palpites, a gente ia embora porque o Brasil ia acabar", afirmou o presidente, durante cerimônia de comemoração dos quatro anos do Ministério do Desenvolvimento Social.

Lula disse ser importante lembrar aos céticos que uma parte do sucesso da economia brasileira anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é explicada pelo crescimento do mercado interno. "Significa que os pobres estão comendo mais, estão vestindo mais. E não apenas no Brasil, em quase todo mundo. Na África, na China, na Índia, na América Latina e no Brasil estão comendo mais", afirmou o presidente. Pelos dados do PIB, o consumo das das famílias cresceu 6,5% em 2007.

Lula disse que o trabalho fundamental é para que esse crescimento aconteça durante os próximos 10 a 15 anos, "para que o nosso país recupere os 30 anos perdidos na década de 1970, na década de 80 e uma parte da década de 90".

Pela manhã, durante reunião com a equipe econômica para fechar os detalhes do pacote cambial, Lula afirmou que era preciso "uma euforia comedida". Mas destacou que o bom resultado era fruto da confiança depositada pela população e pelos empresários no país.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, citou outros números, como a alta de 13,4% dos investimentos, 7% da demanda interna, 23% no crédito para pessoas físicas, 9,6% do comércio e 32,1% na importação dos bens de capital. Ele acredita ser possível uma redução na taxa de juros e acha que o cenário ficará ainda melhor quando a reforma tributária for aprovada pelo Congresso Nacional.

Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o resultado do PIB do agronegócio em 2007, que apresentou um crescimento de 5,3%, foi melhor do que se esperava. Para Stephanes, 2008 será ainda mais positivo para o setor. (Com Agência O Globo)