Título: Um aliado na Corregedoria
Autor: Iunes, Ivan
Fonte: Correio Braziliense, 11/02/2011, Política, p. 7
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), trabalha para emplacar o aliado João Alberto (PMDB-MA) na Corregedoria da Casa. Como é o responsável por analisar denúncias e sugerir a abertura de processos contra parlamentares, o posto é considerado estratégico. O senador do Maranhão foi vice-governador na gestão de Roseana Sarney (PMDB-MA) entre 2009 e 2010.
Nos últimos dias, o presidente do Senado tem testado o nome de Alberto para o posto, ao lado do de Francisco Dornelles (PP-RJ). O parlamentar fluminense, no entanto, adiantou que não pretende acumular o cargo com o de presidente da Comissão da Reforma Política. Por conta da falta de corregedor ¿ a vaga está aberta desde outubro do ano passado devido à morte de Romeu Tuma ¿ e com o Conselho de Ética desfeito desde agosto de 2009, o Senado deixou de investigar denúncias contra Gim Argello (PTB-DF). O parlamentar teve de renunciar à relatoria do Orçamento em 2010, na esteira de acusações sobre irregularidades em emendas parlamentares apresentadas por ele.
Os líderes oposicionistas alegam que a apresentação de qualquer denúncia na composição atual do Senado seria inócua. ¿No primeiro teste em plenário, a oposição teve 15 votos, o que mostra a força do governo. As questões éticas na Casa dificilmente serão analisadas no quadro atual; por isso, nossos pedidos de investigação daqui para a frente serão dirigidos a órgãos externos, como o Ministério Público¿, justifica o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR).
Em entrevista ontem, o senador Sarney negou que tenha escolhido um parlamentar para a Corregedoria e lembrou que o nome é aprovado pelo plenário. ¿Não (escolhi o corregedor), até porque a escolha será votada pelo plenário.¿ Cotado para a Corregedoria, Dornelles preferiu não comentar a possibilidade de assumir o posto. ¿Seria deselegante da minha parte¿, justificou.