Título: Rede de combustíveis cria financeira ALECred
Autor: Moreira , Ivana
Fonte: Valor Econômico, 17/03/2008, Finanças, p. C4

Sexta maior distribuidora de combustíveis do país, com 1,2 mil postos em sua rede, a ALE prepara-se para entrar no mercado financeiro. A empresa investiu R$ 10 milhões para iniciar as operações da ALECred, uma financeira que terá um mix variado de produtos, dos cartões ao crédito consignado. O plano de negócios da ALECred vem sendo desenvolvido por Carlos Donzelli, ex-diretor da Luíza Cred contratado pela distribuidora de combustíveis há nove meses. A meta é abrir as primeiras lojas da financeira, que funcionarão nos postos de combustível, no início de segundo semestre.

Na empreitada, a rede de combustíveis terá como parceiro estratégico uma grande instituição financeira. A empresa não terá participação acionária na ALECred, mas terá direito à participação nos resultados. Da mesma forma, os revendedores - os donos dos postos - terão participação nos resultados financeiros do novo negócio.

"É um bom negócio também para os revendedores", afirma o vice-presidente da ALE, Jucelino Sousa. Segundo o executivo, os postos da rede têm localização estratégica no Sudeste e no Nordeste, incluindo em municípios não bancarizados. Como correspondente bancário, a ALECred receberá também pagamento de contas. "Isso vai aumentar o movimento nos postos."

O nome da instituição financeira parceira da ALE ainda é mantido sob sigilo. Segundo o vice-presidente, várias instituições foram consultadas. Até abril, a distribuidora espera assinar o contrato com a instituição escolhida.

Além da prestação de serviços à ALECred, essa instituição financeira será responsável por parte do funding para as operações da financeira, em cessões de crédito. "Outra parte do funding virá dos recursos próprios da ALE", explicou Sousa. A sede da financeira será em Belo Horizonte, onde já funciona a sede da distribuidora.

Numa primeira fase, as ações da ALECred serão focadas nos cartões de crédito. O objetivo é ter 300 mil plásticos ativos num prazo de dois anos. Segundo o vice-presidente, a financeira é uma nova aposta comercial do grupo mas também uma ferramenta importante na consolidação da marca ALE.

A distribuidora é resultado da fusão entre a mineira ALE e a potiguar SAT. As duas marcas foram mantidas num primeiro momento. Desde o fim do ano, porém, a empresa passou a trabalhar apenas com a marca ALE, acabando com a SAT, forte sobretudo no nordeste.

A ALE fechou 2007 com vendas 15% maiores que as registradas no ano anterior. O faturamento somou R$ 5,8 bilhões. Para 2008, a meta é crescer mais 10%. A empresa se prepara para abrir capital, mas ainda não definiu um cronograma. A expectativa do mercado é a oferta pública inicial de ações ocorra ainda neste ano.