Título: Venezuela, Bolívia e Equador terão ajuda contra aftosa
Autor: Bueno, Sérgio
Fonte: Valor Econômico, 17/03/2008, Agronegócios, p. B14

Os países que compõem a Comissão Sul-Americana de Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa) vão dar ajuda direta no combate à doença na Venezuela, Bolívia e Equador, consideradas as três zonas mais vulneráveis da região. A decisão foi tomada no encerramento da 35ª reunião ordinária da entidade, em Porto Alegre, e inclui apoio técnico, treinamento de pessoal e doação de insumos.

Segundo o secretário-executivo da Cosalfa e diretor do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), responsável pela coordenação do esforço, Albino Belotto, em 15 dias o Equador deverá receber dois milhões de doses de vacina. O lote se somará aos estoques locais para a imunização do rebanho, de 3,5 milhões a 4 milhões de bois.

A situação sanitária nos três países é a principal responsável pelo provável adiamento da meta de eliminar a doença do continente, originalmente estabelecida para o fim de 2009. O novo prazo deverá ser definido no próximo encontro do comitê gestor do Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phepa), que será realizado em junho no Rio de Janeiro.

Mesmo assim, diz Belotto, Bolívia, Venezuela e Equador demonstraram o aumento dos esforços próprios para combater a doença. A Venezuela apresentou orçamento de US$ 123,7 milhões para o setor neste ano. O Equador comprometeu-se a reforçar o combate à doença nos próximos dois anos e a Bolívia deu sinais de que caminha para a superação dos desentendimentos entre o serviço governamental de sanidade e os representantes dos produtores privados, informou o diretor da Panaftosa.

Segundo Belotto, a Argentina também informou oficialmente durante o encontro que destruiu os estoques de vírus do tipo "O1" que eram importados de Taiwan para a produção de vacinas para a exportação. A existência de cepas exóticas no continente era uma preocupação há mais de dez anos e desde 1991 a Cosalfa pressionava os argentinos a encerrar este tipo de manipulação devido aos riscos de "vazamento" dos vírus.