Título: Vale obtém liminar que proíbe o MST de ocupar suas instalações
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 20/03/2008, Brasil, p. A2

A Vale informou ontem que obteve uma liminar que proíbe o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), bem como seu principal dirigente, João Pedro Stédile, de incitar e promover a prática de atos violentos contra as suas instalações. A decisão também determina que o movimento e Stédile se abstenham de praticar atos que interrompam as atividades da empresa. A liminar foi concedida pela 41ª Vara da Justiça Estadual do Rio de Janeiro.

Segundo a empresa, a participação do MST no processo deve ser representada por Stédile, já que o movimento não tem personalidade jurídica. A companhia informou que tomou a decisão de buscar essa garantia na Justiça em razão das sucessivas ocupações que a empresa vem sofrendo pelo MST desde o início do ano passado. Segundo a empresa, foram oito ocupações desde março de 2007. A nota diz ainda que Stédile já foi citado na ação judicial e tem prazo de 15 dias para apresentar sua contestação.

A empresa diz que investiu em 2007 cerca US$ 4 bilhões no Pará. Entre 2008 e 2012, serão aplicados no Estado mais US$ 20 bilhões. Dos 62 mil empregos que a Vale vai gerar entre 2008 e 2012 em todo o mundo, 35 mil, mais da metade, estarão no Pará. A companhia diz que veículos de imprensa anunciam nova ação do MST em instalações da Vale, na Estrada de Ferro Carajás, no Pará. Em nota, o MST diz que as atividades da Vale têm prejudicado comunidades em Minas Gerais, Maranhão e Pará e que o movimento se organiza pela reforma agrária e direitos sociais.