Título: Lucro da CCR cresceu 70% no trimestre
Autor: Carolina Mandl
Fonte: Valor Econômico, 14/02/2005, Empresas &, p. B4

O lucro líquido da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) cresceu 70% no último trimestre de 2004, para R$ 96,9 milhões, na comparação com igual intervalo de 2003. Esse resultado foi gerado principalmente por três fatores: crescimento da receita, redução das despesas e melhor resultado financeiro. A receita bruta da companhia cresceu 19,8%, para R$ 427,3 milhões. Esse aumento foi provocado pelo fluxo de veículos 5% maior e pelo reajuste do pedágio, que foi de 14,1%. Ao mesmo tempo, a holding reduziu seus custos, elevando a margem bruta de 43,3% para 49%. "Nossos custos não crescem na mesma proporção da receita", explica Ricardo Froes, diretor de relações com investidores. A valorização do real também contribuiu. O resultado financeiro caiu de R$ 30,2 milhões no quarto trimestre de 2003 para R$ 15,1 milhões. Como a companhia tem 26,6% do seu endividamento de R$ 1,137 bilhão atrelado ao dólar, variações cambiais influenciam seu resultado. No ano, a holding acumulou um lucro de R$ 262,9 milhões, valor 43,7% superior ao de 2003. Neste mesmo período, a receita líquida cresceu 28,4%, para R$ 1,46 bilhão, influenciada pelo aumento de 7,7% no tráfego. Os custos, porém, subiram em menor proporção: 13,8%. Esses números ainda não contabilizam a aquisição da ViaOeste, feita pela CCR em outubro. Isso porque a compra só será concretizada a partir do momento em que os bancos financiadores da ViaOeste (Castelo Branco/Raposo Tavares) aprovarem a transferência de controle. A previsão de Froes é que isso ocorra ainda neste mês. Por enquanto, a CCR ainda não pode somar os resultados dessa concessões aos seus. Para este ano, diz Froes, a meta é continuar engordando o portfólio, que já chega a 1.290 quilômetros. Isso, explica o diretor, se dará por meio de aquisições de concessões já existentes ou das novas licitações estaduais e federais que devem ocorrer a partir deste ano. Froes explica que o crescimento da CCR será feita por meio do endividamento das atuais concessionárias. "Hoje, as concessões estão numa fase de amortização de suas dívidas. Estamos num movimento de realavancagem", afirma. A relação dívida líquida/lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização ficou em 0,82, enquanto em 2003 foi de 1,9. Segundo Froes, a meta da CCR é chegar a 2.