Título: Escassez de boi já provoca demissões em frigoríficos
Autor: Bueno, Sérgio, Rocha, Alda do Amaral ; Lima, Marli
Fonte: Valor Econômico, 03/04/2008, Agronegócios, p. B16

Com dificuldades para manter as margens por causa da alta dos preços do boi gordo e da queda do dólar, e trabalhando com ociosidade de 40% a 50%, em média, devido à escassez de animais para abate, frigoríficos de carne bovina do país começam a demitir. E o movimento pode se intensificar se o quadro atual, agravado pelas restrições da União Européia à carne brasileira, perdurar.

No Rio Grande do Sul, o Mercosul dispensou 250 pessoas na unidade de Capão Leão, no sul do Estado. Na mesma localidade, o Extremo Sul, que presta serviços de abate e desossa para o Mercosul, demitiu 150. No Paraná, o Margen dará aviso prévio a 200 de seus 500 funcionários em Paranavaí. Houve informações de que o Marfrig também teria demitido. Procurada, a empresa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "após sua abertura de capital, em junho de 2007, o Marfrig já realizou 14 aquisições, o que exige a padronização de práticas e procedimentos, complementada por ajustes no quadro funcional" . Assim, demissões ocorridas não teriam relação com ociosidade nas plantas.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Lauxen, com as novas dispensas no Estado o número de trabalhadores no segmento já caiu de 9 mil para cerca de 6,5 mil desde o fim de 2006. E a situação pode piorar