Título: Saldo da balança chega a US$ 1 bilhão este ano
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 15/02/2005, Brasil, p. A5

A balança comercial registrou superávit de US$ 449 milhões na segunda semana de fevereiro (do dia 7 ao dia 13), com exportações de US$ 1,161 bilhão e importações de US$ 712 milhões. Com o resultado, o superávit da balança no ano soma US$ 1,049 bilhão, com exportações de US$ 2,981 bilhões e importações de US$ 1,932 bilhão. Na primeira semana do mês, as vendas externas somaram US$ 1,820 bilhão e as compras, US$ 1,220 bilhão. A média das exportações na segunda semana foi de US$ 387 milhões por dia útil, frente aos US$ 455 milhões da semana anterior, e a das importações, US$ 237, 3 milhões (na primeira semana, a média das compras fora de US$ 305 milhões).

A previsão do mercado para o superávit da balança comercial subiu de US$ 26,49 bilhões, há uma semana, para US$ 26,5 bilhões, segundo pesquisa do Banco Central com cerca de cem instituições financeiras. Para 2006, o prognóstico também aumentou: de US$ 24 bilhões para US$ 24,18 bilhões. O representante do Brasil no Banco Mundial, Otaviano Canuto, disse que fatores estruturais deverão sustentar parte do superávit da balança, mesmo com a valorização do real em relação ao dólar e que isso pode explicar a manutenção dos excelentes resultados das exportações no mês de janeiro. O economista disse ainda que a valorização do real, tão criticada pelos exportadores, não pode ser analisada somente na comparação com o dólar. Na avaliação feita por Canuto durante o seminário "Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2005", que se realiza no Rio, o que se deve analisar é a relação do real com uma cesta de moedas que "seja representativa para o país". Ele explicou que parte da demanda por produtos exportados pelo Brasil, como commodities, deverá continuar alta mesmo com a desaceleração da economia chinesa. Entre os fatores estruturais que sustentam as exportações brasileiras, o economista citou o fato de a China estar focalizando sua produção em segmentos intensivos em mão-de-obra. Portanto, a demanda por produtos agrícolas, como os que o Brasil produz, deverá continuar crescendo mais do que a economia chinesa.