Título: Fim do code-share abre espaço para a oferta de ações
Autor: Vanessa Adachi
Fonte: Valor Econômico, 15/02/2005, Empresas &, p. B3

O fim do compartilhamento de vôos com a Varig abrirá espaço para que a TAM finalmente coloque em marcha a sua planejada oferta pública de ações. De acordo com Líbano Barroso, vice-presidente financeiro da TAM, a decisão de encerrar o code-share, tomada pelo Cade, eliminou uma incerteza sobre o futuro da empresa, que impedia a oferta a investidores. "Agora não tem mais impedimento", disse ele. Barroso afirmou que a TAM já está pronta para a emissão e existe receptividade no mercado financeiro. "Portanto, é só decidir o melhor momento." O executivo disse que ainda não existe uma definição. Segundo o Valor apurou, a empresa já está escolhendo as instituições financeiras que coordenarão o processo. É dado como certo que a liderança da oferta ficará por conta do Credit Suisse First Boston (CSFB). O banco administra um fundo de private equity que tem 27% do capital da TAM. Em pelo menos duas outras oportunidades a companhia teve o plano frustrado. A primeira vez foi em 2001, ano da morte do seu fundador, Rolim Amaro, em que os planos foram atropelados pelos ataques terroristas de 11 de setembro. A segunda aconteceu em 2002, quando o país mergulhou em grave crise antes das eleições. Segundo Líbano Barroso, a oferta será eminentemente primária. Ou seja, contemplará um aumento de capital. Se houver uma oferta secundária, dos atuais acionistas, será pequena, de acordo com ele. A família Amaro detém 72% da empresa. A TAM já tem ações na bolsa, mas com baixíssima liquidez, já que apenas 1% do seu capital está no mercado. O fundo Brazil Private Equity, gerido pelo CSFB, entrou na empresa em 1997. Seus cotistas são fundos de pensão e o BNDES. Na ocasião foram aportados na TAM US$ 80 milhões (que equivaliam a R$ 80 milhões), sendo US$ 55 milhões do Brazil Private Equity e o restante do Bassini, Playfair e Wright. De acordo com Líbano, embora o objetivo de fundos do gênero seja o desinvestimento, a venda de uma participação agora, se ocorrer, será pequena. "A empresa está começando uma virada e os fundos entendem que podem ter um ganho maior vendendo lá na frente." De acordo com ele, a TAM tem como meta manter um caixa equivalente a 2 ou 3 vezes o seu faturamento mensal, que hoje está em R$ 450 milhões. "É importante para a companhia estar preparada para enfrentar volatilidades." Hoje a empresa tem um caixa de aproximadamente uma vez o faturamento mensal -R$ 530 milhões-, daí a necessidade de captar dinheiro no mercado. (VA)