Título: BNDES projeta alta de 15% em desembolsos
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 08/04/2008, Brasil, p. A4

Wagner Bittencourt, diretor do BNDES: 128 projetos apenas para geração elétrica foram aprovados desde 2003 O aquecimento da economia brasileira e o aumento da busca por recursos destinados ao setor de infra-estrutura levaram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a esperar desembolso de até R$ 9,41 bilhões para projetos de energia elétrica este ano. O valor é 15,6% superior aos R$ 8,14 bilhões destinados ao setor em 2007.

"O que temos visto é uma carteira de energia elétrica bastante firme e com perspectiva de crescimento", afirmou Wagner Bittencourt, diretor da área de infra-estrutura do BNDES. De acordo com ele, o banco aprovou, entre 2003 e março deste ano, 128 projetos apenas para geração elétrica, com financiamentos previstos de R$ 17,8 bilhões e capacidade de geração de 14.600 MW, o equivalente a quase 15% da capacidade de produção de energia existente atualmente no país.

Para a carteira de geração de energia - que leva em conta os projetos ainda não aprovados, mas já enquadrados e sob análise do banco - a instituição já tem em perspectiva 101 projetos, com financiamentos previstos de R$ 31 bilhões e geração de 14.200 MW.

Segundo Bittencourt, o BNDES já aprovou até hoje 53 projetos de geração no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que devem produzir 4.600 MW e vão contar com R$ 11 bilhões em recursos do banco, que também já aprovou R$ 1 bilhão para a construção de seis linhas de transmissão, que juntas terão 1.900 quilômetros.

Nos investimentos em carteira que ainda dependem de aprovação, o PAC tem 28 projetos de geração em análise pelos técnicos do banco, o que significa mais 10.800 MW e R$ 24 bilhões em recursos.

Sobre a hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, o diretor acredita que as regras para concessão de crédito deverão ser semelhantes às condições para aporte na usina de Santo Antônio. A expectativa do banco é de que a aprovação para os recursos ao consórcio vencedor do leilão de Santo Antônio seja definida em agosto, um mês antes da previsão para o início das obras.

"Vamos aguardar o resultado do leilão (de Jirau) para começar a conversar com o consórcio vencedor", disse Bittencourt, acrescentando que, para bater o martelo sobre as regras que serão utilizadas, o BNDES depende da publicação do edital de licitação. A expectativa é de que o leilão da usina ocorra no dia 9 de maio.

Bittencourt revelou que o banco tem em análise 12 projetos de racionalização de energia elétrica. O número já é quatro vezes superior aos três projetos aprovados no ano passado no âmbito do Proesco, o programa de apoio à eficiência energética da instituição, que tiveram aprovados R$ 2,44 milhões em financiamentos.