Título: Petrobras cresce e precisa de mais prédios
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 11/04/2008, Empresas, p. B6

O crescimento dos negócios e investimentos da Petrobras, e o aumento de 60% no número de funcionários da companhia a partir de 2002 levou a estatal a enfrentar a falta de espaço para abrigar seus funcionários. Agora a empresa está tirando o atraso construindo ou alugando prédios para abrigar as unidades de Macaé (RJ) e Vitória (ES). Ao mesmo tempo avalia a possibilidade de construir ou alugar um imóvel maior em Santos (SP), onde já tem dois prédios alugados para atender à Unidade da Bacia de Santos.

Caraguatatuba, em São Paulo, também vai ganhar uma unidade. Atualmente, a Petrobras tem 55,3 mil funcionários contratados pela holding, sem contar os prestadores de serviços e terceirizados. Desse total, 35 mil estão lotados na região Sudeste, sendo que 80% ficam no Rio de Janeiro. São exatamente 21.784 empregados a mais do que ela tinha em 2001.

Não por acaso, a cidade é a que mais sofre com a falta de espaço. Os funcionários estão hoje distribuídos por doze edifícios onde trabalham 30.700 pessoas entre o centro da cidade e o bairro da Tijuca, na zona norte do Rio e onde fica a sede da BR. Para abrigar todo seu contingente a companhia mudou algumas áreas para prédios próximos à sede, que fica na avenida República do Chile, no centro. A área de gás e energia, por exemplo, hoje funciona em um prédio batizado de Torre Almirante, enquanto a área internacional ocupa parte do edifício Metropolitan, também na Chile. Como a presidência e diretorias continuam no edifício sede, é comum o deslocamento de funcionários para reuniões.

A área financeira resolveu o problema criando um centro de operações financeiras em Salvador, na Bahia, que será inaugurado em julho. Para lá serão transferidos cerca de 500 funcionários. Salvador vai concentrar toda a tesouraria e as áreas tributária e contábil da estatal. "Assim poderemos reunir todo o pessoal operacional, que estava espalhado por oito unidades no Brasil, em um lugar só. A escolha de Salvador foi motivada pela qualidade, custo de vida e acesso à mão-de-obra", explicou o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa. O prédio de Salvador será alugado no bairro Costa Azul, que fica próximo a Pituba.

No Rio, a solução é de mais longo prazo. A companhia procura um imóvel "concentrador" em um terreno que tenha entre 100 mil e 120 mil metros quadrados para abrigar parte dessa força-de-trabalho. O objetivo é colocar em um único local pelo menos uma parte do pessoal que hoje ocupa andares alugados nos prédios do Banco do Brasil, no RB1 e no Citi Tower, só para citar alguns no centro da cidade. Uma parte do pessoal já começou a ocupar o prédio na Cidade Nova onde vai funcionar a Universidade Petrobras.

Além de concentrar pessoal, a reunião vai aumentar a sinergia, explicou Ricardo Ianda, gerente executivo de serviços compartilhados da estatal.

"A empresa cresceu demais nos últimos cinco anos. Em 2004, quando apresentamos para a diretoria o edifício Torre Almirante como uma solução para a falta de espaço nós poderíamos abrigar todos os funcionários em quatro prédios. Mas quando ele ficou pronto em 2006, o número de pessoas já era muito maior do que ele poderia acomodar", disse Ianda.

Procurar um prédio para alugar parece tarefa simples para uma empresa do porte da Petrobras, que fechou 2007 com R$ 13 bilhões em caixa. Mas não é. Ela precisa de um imóvel localizado no centro do Rio que tenha pelo menos 70 mil metros de área construída, sem contar a área externa e garagens. Produto inexistente no mercado carioca. Depois de tentar alugar os dois prédios do Ventura Towers, um megaprojeto em construção pela Tishman Speyer e Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) que ficam quase em frente ao prédio-sede, agora as opções se voltam para um terreno na rua do Senado que está sendo oferecido pela W.Torre.

O diretor da área de Serviços da Petrobras, Renato Duque, explicou que o mais provável é que a companhia assine com a construtora um contrato de aluguel válido por 15 anos com opção de compra ao final desse prazo. "A opção deve ser mesmo esse terreno", disse Duque.

Ricardo Ianda disse que mesmo com o edifício concentrador a companhia vai continuar alugando espaço em sete prédios no Rio. Em outras cidades como Macaé (onde fica a base das operações da bacia de Campos) e Vitória, a solução foi diferente. Ao invés do aluguel a companhia vai financiar os investimentos com dinheiro captado após a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Na cidade estão sendo construídos dois conjuntos de prédios nas bases de Imboassica e Imbetiba. O investimento será de R$ 480 milhões.